Prazer em ser educadora

Graduada em Sociologia Política (USP), História (PUC-SP), Mestre em Ciências Sociais (área educação) UFPE, desde muito jovem me perguntava por que tantas desigualdades sociais no meu país? As respostas que eu obtinha não eram satisfatórias, até que um dia (ensino médio) fiz muitas perguntas a um querido professor de história (Otaviano) e ele me disse: "com tantas dúvidas, acho melhor você estudar História, só ela te saciará ou provocará mais dúvidas ainda, o que fará de você, uma eterna pesquisadora"
Amei aquela resposta desafiadora e assim, paralelo a um período ditatorial me tornei uma mulher questionadora, participante do movimento estudantil universitário, e do primeiro partido da classe de fato trabalhadora do meu país, uma mulher que pouco a pouco vai percebendo o que fizeram com a América Latina, sem nunca deixar de vislumbrar-se com as "coisas" da Europa anglo-francesa.
Aliei a sociologia à história e ambas me dão uma outra visão do mundo, seja nos aspectos econômico-político-sócio-cultural, permitindo-me conviver com as diversidades, com as minorias sem discriminações, aprendi a acreditar em meu país, no meu povo.
Assim posso repassar aos meus alunos das mais diversas idades ou classes sociais, o conhecimento que venho adquirindo no decorrer dos tempos, mostrando a eles que devemos nos qualificar, nos especializar, não para tornarmos apenas um acadêmico, mas para nos transformar em um humanista sensível à inclusão social, acreditando na mudança de um homem quando tem oportunidades.
Foi assim que acabei de certa forma, influenciando ou alicerçando a ideia de alguns alunos a cursarem História ou Ciências Sociais. A eles (últimos) : Trícia, Dimitri , Amanda, Arlan , Laís, Claudia... (não é possível citar o nome de todos) eu dedico esse blog e espero poder tirar dúvidas e compartilhar com todos os amantes das ciências humanas.
Muito prazer em ser educadora ... Beth Salvia

sexta-feira, 21 de abril de 2017

I REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - século XVIII

CONTEXTO:  a burguesia inglesa além de enriquecida com o capitalismo comercial (transporte marítimo de escravos, metais preciosos e produtos tropicais), ocupou o poder político no Parlamento através da Revolução Gloriosa. Assim o Estado incentivou a industrialização através: do financiamento da produção têxtil; incentivo fiscais, urbanização, construção de ferrovias, cercamentos (êxodo rural) e na escolarização dos futuros trabalhadores fabris. Sem essa base, seria impossível um país industrializar-se  nesse século, assim apenas a Inglaterra teve essas condições. O restante do mundo se industrializará no século XIX e XX.

A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Também podemos apontar o crescimento populacional, que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias.

Pioneirismo Inglês  - Foi a Inglaterra o país que saiu na frente no processo de Revolução Industrial do século XVIII. Este fato pode ser explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas à vapor. Além da fonte de energia, os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período.
A mão-de-obra disponível em abundância (desde a Lei dos Cercamentos de Terras), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também pode ser destacado como importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês.

Avanços da Tecnologia  -O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas a vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção.

Transportes -  podemos destacar a invenção das locomotivas a vapor (maria fumaça) e os trens a vapor. Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais baixos.

Principais invenções técnicas da Revolução Industrial: lançadeira volante de John Kay, tear mecânico de Cartwright, máquina a vapor de JamesWatt e locomotiva de Stephenson.

A Fábrica - não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.

Reação Operária  -. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas (liderados por Lud ) invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta contra a industrialização. Só a partir do século XIX surgiu de fato o Movimento Operário , este caracterizou-se pela luta da classe proletária, por direitos não só trabalhistas mas inclusive, direitos políticos. (Estudaremos no tema II Revolução Industrial-XIX)
A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo porém de forma desenfreada, também  aumentou o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram consequências nocivas para a sociedade. O desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento. Gerar empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo. Os empregos repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais criatividade e múltiplas capacidades.
Observação: sempre que for estudar o tema Revolução Industrial, não esquecer que são duas etapas: a I na Inglaterra, produção  têxtil, sem direitos trabalhistas, sendo a II revolução Industrial em toda a Europa, Japão e EUA no século XIX caracterizada inicialmente pela produção de transportes, eletroeletrônicos e eletrodomésticos.  Nesse blog você encontrará a II revolução Industrial em detalhes.

Assista esse vídeo
 





REVOLUÇÕES INGLESAS - SÉCULO XVII


CONTEXTO:  Essas revoluções caracterizam-se pela liderança da burguesia mercantil  ascendente, contra o Antigo Regime (absolutismo, mercantilismo, estamentos, intolerância religiosa) Revolução Puritana:- Durante a transição do feudalismo para o capitalismo na Europa ocidental, a burguesia emergente aliou-se aos reis, que através da centralização do poder político, estavam consolidando um novo regime de governo: o absolutismo. Nasciam assim, em detrimento da velha nobreza feudal e da Igreja Católica, as monarquias nacionais, com características totalmente contrárias ao localismo político que marcou a estrutura do poder feudal ao longo da idade média.
A centralização dos poderes nas mãos do rei viabilizará o surgimento de moedas e leis nacionais, além da padronização da própria defesa militar, antes fragmentada com as cavalarias e agora representada por exércitos nacionais. Essas condições trarão a estabilidade e retaguarda necessárias para o sucesso dos empreendimentos burgueses, viabilizados principalmente pelo comércio monetário, atividade que desde a reabertura do Mediterrâneo pelas cruzadas na baixa idade média, será responsável por grande parte da acumulação de capital no contexto do mercantilismo.Esta aproximação entre rei e burguesia nunca foi uma aliança de princípios, e sim de conveniência, já que entre os séculos XV e XVI rei e burguesia representavam o novo (capitalismo nascente), em oposição ao velho (feudalismo decadente), caracterizado por elementos do clero e da nobreza. Liquidada a ordem feudal, apesar de vestígios que ainda vão permanecer nos séculos subsequentes, a burguesia enriquecida pelo comércio monetário, tinha agora na figura do rei bem menos um aliado e bem mais um obstáculo a ser eliminado. O intervencionismo do Estado tornava-se cada vez menos protecionista e cada vez mais limitador de um maior acúmulo de capital. Uma barreira para o progresso capitalista que precisava ser removida. A burguesia, então, passou a lutar pelo exercício do poder político como pré-condição para o próprio desenvolvimento do capitalismo.
Foi nesse contexto, acrescido de ingredientes religiosos, que ocorreu a Revolução Puritana na Inglaterra em meados do século XVII, complementada após quatro décadas pela Revolução Gloriosa que transformou a Inglaterra num Estado liberal-burguês adotando um regime monárquico-parlamentar que se mantém até os dias de hoje.
A evolução do absolutismo na Inglaterra ocorreu durante os reinados das dinastias Tudor e Stuart. A primeira representou a consolidação e o apogeu, respectivamente nos governos de Henrique VIII e sua filha Elisabeth I, que ao morrer sem deixar herdeiros, promoveu o início da dinastia Stuart, responsável pela crise desse regime político.

Jaime I - rei católicojá era clara a oposição da burguesia a esse monarca, representada principalmente pela corrente religiosa dos puritanos (calvinistas). Seguindo a mesma tendência absolutista que norteou o governo de seu pai, Carlos I dissolveu o Parlamento em 1629 e passou a governar sozinho. Dois anos depois, foi obrigado a aceitar a "Petição de Direitos", que reconhecia a "Magna Carta" e limitava o poder real. Após essas limitações, o Parlamento foi controlado pelos ministros do rei. Enquanto o conde de Strafford restabeleceu antigos direitos feudais e impôs o "ship-money" - taxa alfandegária, agora estendida às cidades do interior -, a Câmara Baixa do Parlamento, ou seja, a Câmara dos Comuns, dominada pela burguesia calvinista foi violentamente perseguida por Laud, ministro e Arcebispo da Cantuária.

Carlos I - Neste momento, os Stuart governavam simultaneamente a Inglaterra, Escócia e Irlanda. Tentando impor o anglicanismo, encontraram forte resistência, quando em 1640 a Escócia presbiteriana invadiu a Inglaterra.. Diante desse quadro, o rei convocou o Parlamento, que entre 1640 e 1653 ficou conhecido como "Longo Parlamento". Por pressão dos deputados calvinistas, os ministros Strafford e Laud foram condenados a morte por decapitação e o rei foi obrigado a abolir o "ship-money". Os deputados ainda decidiram que o rei não poderia elevar impostos sem a aprovação do Parlamento, que passava a ser convocado no mínimo a cada três anos.

REVOLUÇÃO PURITANA - Em 1641, a Irlanda católica inicia uma revolta separatista, frente a supremacia protestante dos ingleses. Na Inglaterra, se por um lado rei e Parlamento apoiavam a formação de um grande exército para combater os católicos irlandeses, existiam divergências se o comando do exército ficaria com o rei ou com as lideranças puritanas do Parlamento. Iniciava-se assim, uma guerra civil onde os cavaleiros católicos e anglicanos se aliaram ao rei contra a maioria do Parlamento, que recebeu forte apoio de milícias londrinas. Essa guerra civil que se estendeu até 1645 correspondeu à primeira etapa da Revolução Puritana. Os partidários do monarca eram representados principalmente pela nobreza feudal atrasada e pelo clero anglicano. Já o Parlamento recebia o apoio de dois grupos políticos: o "partido dos presbiterianos" (calvinistas), formado por mercadores ricos, banqueiros e latifundiários da nova nobreza, e os "independentes", cujo contingente principal era a média burguesia e a nova nobreza média e pequena, com apoio de pequenos mercadores, artesãos e camponeses enriquecidos. Visando abafar a onda revolucionária que poderia adquirir um caráter mais popular e fugir ao controle da nova nobreza, o "partido dos presbiterianos" conseguiu estabelecer um acordo secreto com o rei, e fazer com que o parlamento aprovasse medidas de interesse da alta burguesia e da nova nobreza. O descontentamento da população diante da conivência política do Parlamento em relação ao rei, fortalece o "partido dos independentes", de onde surgiu a principal liderança da revolução inglesa: Oliver Cromwell.
Nascido de família aristocrática em 1599, Cromwell foi eleito para integrar o Parlamento em 1640. Destacou-se na organização do exército, sendo que suas tropas, formadas por camponeses e artesãos, eram submetidas a uma rígida disciplina revolucionária. Em julho de 1645 Cromwell derrotou o exército do rei, que depois de fugir para Escócia foi entregue pelos próprios escoceses para Inglaterra em troca de 4000 mil libras esterlinas. Para o partido dos presbiterianos a revolução estava concluída, já que o poder estava nas mãos do Parlamento, restando apenas um acordo com o rei. Já para as camadas populares, a revolução deveria avançar bem mais no plano social. Surgia assim um novo partido, o dos "niveladores", composto principalmente pela massa de camponeses e artesãos que reivindicavam sufrágio universal e a devolução das terras "cercadas" aos camponeses. Os soldados de Cromwell passam a apoiar os niveladores e o exército, convertido em foco de propaganda revolucionária, foi dissolvido pelo Parlamento sob o pretexto de que a guerra havia terminado. Essa medida oportunista do Parlamento, provocou uma forte reação no exército, que depois disso, tomou a cidade de Londres, assumindo de fato o poder.
As divergências entre oficiais independentes e niveladores, fortaleceram o poder contra-revolucionário. Os presbiterianos aliaram-se aos realistas e os escoceses voltaram a cruzar a fronteira da Inglaterra, mas desta vez a favor do rei. O exército deixou suas divergências e uniu-se através da liderança de Oliver Cromwell que derrotou os escoceses e esmagou as forças realistas encarcerando o rei Carlos I. As massas populares indignadas pressionaram o Parlamento para o julgamento imediato do rei, que foi condenado por um tribunal instituído pela Câmara dos Comuns. No dia 30 de janeiro de 1649 o rei foi decapitado sendo proclamada uma República na Inglaterra governada pelo Parlamento e ministros por ele indicados.
Ainda em 1651 Cromwell publicou o "Ato de Navegação" (lei sobre a navegação marítima) que permitia a importação pela Inglaterra somente de mercadorias estrangeiras transportadas em embarcações inglesas ou de países que produziam as mercadorias importadas. O Ato de Navegação provocou uma forte reação dos holandeses que obtinham grandes lucros com o comércio marítimo inglês. Os dois países mergulharam numa guerra que durou dois anos, terminando em 1654 com a vitória da Inglaterra, marcando o início efetivo de sua hegemonia marítima.
Em 1653, esmagando impiedosamente o movimento dos niveladores, Cromwell introduziu uma eficiente censura e dividiu país em distritos militares comandados por generais com plenos poderes de polícia. Estava implantada uma ditadura militar que se estendeu até sua morte em 1658.
Com a morte de Oliver Cromwell, seu filho Richard, assumiu o cargo de Lorde Protetor. Sem o reconhecimento do exército, foi logo destituído.

REVOLUÇÃO GLORIOSA - o Parlamento convocado para legitimar o poder dos generais. Com o crescimento da mobilização das camadas populares, as elites assustadas, começaram a articular a restauração da monarquia. . Com a morte de Carlos II (1685), subiu ao trono seu irmão Jaime II, que procurou novamente conduzir o país para o catolicismo, fortalecendo seu poder, em prejuízo do Parlamento Entrando em acordo secreto com Guilherme de Orange, príncipe da Holanda e genro de Jaime II, o Parlamento se mobilizou contra o rei, visando entregar-lhe o poder. As tropas abandonaram Jaime II e em junho de 1688 Guilherme de Orange era feito rei com o nome de Guilherme III. Este episódio é conhecido na história como "Revolução Gloriosa". Sem derramamento de sangue e representando um compromisso de classe entre os grandes proprietários rurais e a burguesia inglesa, a Revolução Gloriosa marginalizava o povo além de mostrar que para acabar com o absolutismo, não era necessária a eliminação da figura do rei, desde que esse aceitasse se submeter às decisões do Parlamento. Representando a transição política de uma Monarquia Absolutista para uma Monarquia Parlamentar, a Revolução Gloriosa inaugurava a atual política inglesa onde o poder do rei está submetido ao Parlamento
 A vitória de Guilherme de Orange -O novo rei aceitou a "Declaração de Direitos" (Bill of Rights) e em 1689 assumiu a Coroa, marcando o fim do choque entre rei e Parlamento. Essa declaração eliminava a censura política e reafirmava o direito exclusivo do Parlamento em estabelecer impostos, e o direito de livre apresentação de petições. Destaca-se ainda a questão militar, onde o recrutamento e manutenção do exército somente seriam admitidos com a aprovação do Parlamento. Com a Revolução Gloriosa, a burguesia inglesa se libertava do Estado absolutista, que com seu permanente intervencionismo era uma barreira para um mais amplo acúmulo de capital. Dessa forma a burguesia, aliada a aristocracia rural, passou a exercer diretamente o poder político através do Parlamento, caracterizando a formação de um Estado liberal, adequado ao desenvolvimento do capitalismo, que junto a outros fatores, permitirá o pioneirismo inglês na Revolução Industrial em meados do século XVIII.

domingo, 5 de junho de 2016

II Guerra Mundial

 Segunda Guerra Mundial- 1939/1945
 Foi  o conflito armado de maior escala da história da humanidade até os dias de hoje. O combate envolveu as maiores potências da época que empenharam toda sua economia e política no mesmo, e foi o único a usar armas nucleares dizimando cerca de 70 milhões de pessoas dentre soldados e civis, sendo o conflito mais sangrento da história.
O período que antecede o início da Segunda Guerra é marcado pela crise econômica daquebra da bolsa de Nova York no ano de 1930 que teve seu ponto de início nos Estados Unidos, contudo espalhou-se rapidamente pelo resto do mundo afetando a economia global. Uma das soluções do governo facista foi investir na industrialização de equipamentos bélicos como armas, aviões, navios e tanques.
No período entre guerras (período que consiste entre o fim da Primeira Guerra e início da segunda), podemos notar também o avanço de regimes totalitaristas radicais como o Nazismo encabeçado por Adolf Hitler e o Facismo liderado por Benito Mussolini. Ambas as ideologias espalharam-se pela Europa ganhando força e propondo uma expansão territorial.

Brasil na Segunda Guerra Mundial

O Brasil manteve-se neutro até certo ponto, quando alguns de seus navios começaram a sofrer ataques e o país declarou guerra à Alemanha no ano de 1942, ajudando os Estados Unidos na libertação da Itália que encontrava-se quase que totalmente nas mãos do exército nazista. O país enviou cerca de 400 homens de apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), 42 pilotos e 25 mil homens da Foça Expedicionária Brasileira (FEB).

Causas

Em busca pela conquista de territórios, um grupo de países se uniu formando uma aliança de guerra denominada Eixo, que foi liderada por AlemanhaItália e Japão. A Alemanha liderada por Hitler pretendia impor uma nova ordem na Europa disseminando a ideologia nazista e de imposição da raça alemã e exclusão total de minorias como negros, homossexuais, judeus, ciganos e a perseguição de regimes comunistas e socialistas. Itália e Japão estavam interessados em seus próprios propósitos de expansão territorial.
O fato que demarcou o início da Guerra foi a invasão da Polônia pela Alemanha nazista no ano de 1939 tendo como reação imediata declarações de guerra à Alemanha pela França e Inglaterra. Para contrapor o Eixo outra aliança foi formada, a dos Aliados, a qual era liderada pelos Estados UnidosReino Unido e URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).

Consequências

Após um longo período de combate entre Eixo e Aliança, a Segunda Guerra chegou ao fim apenas no ano de 1945 quando Itália e Alemanha se renderam. O Japão, último país a assinar o tratado de rendição sofreu um ataque nuclear lançado pelos Estados Unidos onde uma bomba atômica explodiu na cidade de Hiroshima dizimando um grande número de cidadãos japoneses inocentes.
O regime nazista foi responsável pela morte de cerca de 2 milhões de poloneses, 4 milhões de pessoas com problemas de saúde (deficientes físicos e mentais) e um número exorbitante de 6 milhões de judeus no massacre que ficou conhecido como Holocausto. Os danos materiais também foram muitos, a guerra arrasou as nações perdedoras e outras envolvidas destruindo cidades inteiras e a vida de milhares de cidadãos. O pagamento de uma indenização para reconstrução das nações derrotadas foi determinado pelos Aliados assim como uma indenização aos países vitoriosos, assinada no Tratado de Paz de Paris.
Ao final da guerra foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU), que tinha o propósito de manter a paz entre as nações resolvendo os conflitos de forma pacífica e ajudar as vítimas da Segunda Guerra.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

AS REVOLTAS LIBERAIS DO SÉCULO XIX


Liberalismo – ideologia dominante entre a burguesia industrial opunha-se à monarquia absolutista e a intervenção do Estado na economia e lutava pela adoção de uma Constituição que estabelece-se limites para o governante, garantisse o direitos civis e políticos e assegurasse a propriedade privada e as liberdades individuais.
Nacionalismo – forte entre os povos de mesma origem e cultura, mas ainda não unificados ou sob dominação estrangeira, lutava pela afirmação da ideia de nação, pela unidade politica e pela independência nacional.


                  
O século XIX foi na Europa um período de revoltas e revoluções. Cada um desses momentos teve motivações particulares. Mas todos foram, há um tempo, fruto das mudanças sociais, econômicas e politicas ocorridas no período anterior e uma resposta à restauração das monarquias promovidas pelo Congresso de Viena. A restauração da velha ordem significava autoritarismo e repressão. Contra elas se insurgiram as novas forças sociais surgidas com a Revolução Industrial e influenciadas pelos ideais da Revolução Francesa. Essas forças eram a burguesia liberal, o proletariado e as camadas médias urbanas. Todas elas exigiam mais liberdade. No caso do proletariado, reivindicavam também mais igualdade.

 Os Anos de 1820 e as Revoluções de 1830
                  As revoluções que eclodiram entre 1820 e 1830, foram pautadas por fortes componentes liberais e, em alguns casos também nacionalistas. De modo geral, esses movimentos, caracterizados por alguns historiadores de “primeira onda revolucionária”, foram conspirações militares ou movimentos promovidos por organizações secretas que, em sua maioria acabaram sufocados por forças governamentais. Em destaque a Revolução Liberal do Porto que resultou na aprovação da primeira Constituição portuguesa e obrigou o rei D. João VI que estava no Brasil desde 1808 a retornar para Portugal.
                   A primeira onda revolucionária não chegou a abalar a monarquias europeias. No entanto a “segunda onda revolucionária” (1830) provocou impacto muito mais profundo, principalmente na França. Após a morte de Luís XVIII, em 1824, o país passou a ser governado por Carlos X. De formação ultraconservadora, o novo rei tentou restabelecer o absolutismo, dissolvendo a  Assembleia e impondo censura à imprensa. Em julho de 1830, a população de Paris se revoltou, erguendo barricadas e enfrentando as forças do governo. Depois de três dias de combates nas ruas, Carlos X foi deposto. Em seu lugar subiu ao trono Luís Filipe, duque de Orleans.  A queda de Carlos X na França estimulou uma nova onda de revoltas em diversas regiões da Europa. A Bélgica libertou-se da Holanda, na Polônia insurgiu um movimento nacionalista contra o domínio russo. Na península itálica eclodiram levantes liberais e nacionalistas contra o domínio austríaco.

Revoluções de 1848 - "Primavera dos Povos"
                   Uma no crítico. Assim pode ser definido 1848 na Europa. No campo, uma sucessão de más colheitas iniciada em 1845 tornava dramática a vida da população. Nas cidades, atingidas pela fome e pelo desemprego, a situação das camadas mais pobres da população não era melhor. Nessas circunstancias, manifestações e protestos não tardaram em acontecer. Em 1846, na Galícia austríaca (hoje parte da Polônia) eclodiu uma grande revolta camponesa: em uma só noite, cerca de mil aristocratas foram mortos pela população enfurecida.

A Comuna de Paris
Depois de se envolver em várias guerras e fracassar o governo de Napoleão III é substituído pela proclamação da Terceira República que assinou um acordo de paz com a Prússia. Os trabalhadores não se conformaram com os termos do acordo e se opuseram ao governo. Apoiados pela Guarda Nacional eles tomaram o poder em Paris em março de 1871. Em substituição ao governo burguês, os revolucionários criaram um órgão de poder conhecido como Comuna de Paris. Composta por 90 pessoas eleitas por meio do voto universal masculino, a Comuna contava com a participação de representantes de diversas tendências socialistas. Assim, pela primeira vez na história, ascendia ao poder um governo de origem proletária. A Comuna promoveu a separação entre Estado e Igreja, a administração da cidade foi delegada a funcionários eleitos e as fábricas passaram a ser administradas pelos operários. Os líderes do movimento conclamaram os trabalhadores do interior da França a seguir o exemplo de Paris e constituir comunas autônomas em suas regiões, mas não obtiveram êxito. A Comuna de Paris durou apenas dois meses. Em maio de 1871, tropas enviadas pelo governo de Thiers invadiram a cidade, mataram cerca de 20 mil pessoas entre homens, mulheres e crianças e prenderam outras 38 mil, expulsando os operários do poder e  restabelecendo o governo burguês.

                   Na França, o descontentamento social logo assumiu a forma de revolução. Em fevereiro de 1848, manifestações populares em Paris, seguidas de combates nas ruas, levaram a abdicação do rei Luís Filipe e a proclamação da Segunda República. Formou-se então um governo provisório de maioria burguesa que convocou eleições para uma Assembleia Constituinte. Em junho manifestações operárias reivindicando melhores condições de vida foram violentamente reprimidas pelo governo. Rompia-se assim a aliança entre burguesia liberal, agora no poder, e a classe trabalhadora influencia pelo socialismo. Em dezembro Luís Bonaparte (sobrinho de Napoleão) venceu as eleições presidenciais. Em 1851, ele daria um golpe de Estado autoproclamando-se imperador, com o titulo de Napoleão III, pondo fim à segunda república. Apesar disso, os acontecimentos na França repercutiram por toda a Europa e pelas aspirações que a animavam, essa onda revolucionária ficaria conhecida como Primavera dos Povos.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

REGIMES TOTALITÁRIOS

ATENÇÃO: não confundir regimes totalitários (realizados por golpe de civis, podendo ocorrer também no socialismo) com ditaduras militares (realizados por golpes das forças armadas)


 Características Gerais dos  Regimes Totalitários
Partido Único – conduzido por um líder autoritário
Ideologia Oficial – existência de uma ideologia de estado que deve ser seguida por todos os cidadãos
Estado Policial – controle da sociedade por órgãos de repressão política (polícia, exército etc.) e eliminação de oposições, censura dos meios de comunicação, intimidação (terror) física e psicológica.
Propaganda Estatal-   propaganda vigorosa divulgando a ideologia do Estado e promovendo o culto aos líderes do regime.
Fatores:
 Dificuldades do pós-guerra – Havia grandes problemas sociais e econômicos. Havia também a necessidade de reconstruir obras públicas, restabelecer a indústria, gerar empregos e pagar dívidas de guerra.
Crise do Capitalismo internacional – a recessão dos EUA afetou a Europa, aumentando a os índices de inflação e desemprego. Houve tensão entre classes sociais.
Fragilidade das democracias liberais – Os governos da Europa, em sua maioria democráticos liberais, não conseguiam mais administrar as crises do momento. As elites (industriais, banqueiros, comerciantes), preocupadas com o futuro, decidiram dar apoio à formação de governos autoritários, capazes de recompor a ordem social e capitalista.
Avanço do socialismo – Com a crise do capitalismo, o socialismo cresceu e preocupava as elites que, por isso, apoiaram a ascensão das correntes totalitárias que prometiam acabar com o socialismo: o Fascismo e o Nazismo.
FASCISMO
A palavra fascismo tem suas origens no termo latino “fasci”(feixe), e, na Roma Antiga representava um principio de autoridade. O feixe de varas paralelas, entrecortadas por um machado, era, assim, um símbolo da autoridade  magistrados romanos. Em 23 de março de 1919, foi fundado o movimento fascista pelo Mussolini, na cidade de Milão. Entre os membros fundadores estavam os líderes revolucionários sindicalistas Agostino Lanzillo e Michele Bianchini. Os fascistas, em 1922, organizaram uma marcha sobre Roma, pois pretendiam tomar o poder militarmente e ocupar prédios públicos e estações ferroviárias, exigindo a formação de um novo  gabinete. Os fascistas, em 1923, passaram a desenvolver um programa de separação da Igreja do Estado, um exército nacional, um imposto progressivo, desenvolvimento de cooperativas e principalmente a República italiana. O fascismo na Itália foi estabelecido uma década antes da chegada de Hitler (nazismo) ao poder, tendo em vista o contexto da Itália na Primeira Guerra e devido a um medo de que os socialistas, comunistas e anarquistas (esquerdistas) tomassem o poder, Mussolini conseguiu chegar ao poder na Itália, como primeiro ministro italiano e assim permitiu o sindicalismo, embora controlado pelo estado.
ACEITA
- O nacionalismo exagerado, uma vez que para os fascistas, a nação é o bem supremo, e em nome dela qualquer tipo de sacrifício deve ser exigido dos indivíduos.
- O racismo, uma vez que é preciso “purificar” o elemento nacional de qualquer tipo de “contaminação” do sangue.
- O expansionismo, visto como uma necessidade básica para os “povos vigorosos e dotados de vontade”. As fronteiras devem ser alargadas para se conquistar o “espaço vital”
- O militarismo, essencial à expansão e à afirmação do elemento nacional e racial.
- A submissão de todos ao estado, que deve ser forte e inquestionável, entendido pelos fascistas como catalisador da vontade nacional, instrumento da vontade coletiva.
- O unipartidarismo, considerando-se que para os fascistas o pluripartidarismo conduz a divisão.
- O culto ao chefe, entendido como o líder, o guia infalível aquele que encarna em si a vontade nacional (ex: Hitler, Mussolini)
- A construção de um novo homem, moldado segundo a visão do partido, do estado, do líder. Este novo homem deve ser viril, insensível em relação aos fracos, porta voz da vontade nacional, etnicamente puro, intuitivo, capaz de executar sem discutir, hierarquizado e obediente.
NAZISMO - A expressão “Nazismo” deriva da sigla “Nazi”, que foi usada como abreviatura para o “Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães”, organizado por Adolf Hitler na década de 1920. Para se compreender as principais características do Nazismo é necessário saber algumas informações importantes sobre o contexto no qual ele se desenvolveu.
Em 1919, ao fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha, tendo perdido a guerra, foi submetida a humilhações e cobranças por parte dos países vencedores. A população ficou marcada por essas humilhações e por vários outros efeitos da guerra, que se refletiam em todos os setores: econômico, social, cultural etc. Essa atmosfera pós-Primeira Guerra produziu um enorme ressentimento nos alemães com relação aos outros países, fato que revigorava o extremismo nacionalista na Alemanha, originado ainda na segunda metade do século XIX.
A reorganização política da Alemanha após a Primeira Guerra ficou conhecida como a República de Weimar, cidade onde foi elaborada a constituição que deu as novas diretrizes políticas ao país. O Nazismo se articulou dentro da República de Weimar, junto com vários outros partidos e facções políticas e paramilitares que fizeram pressão contra o novo poder instituído. Dentre essas outras facções havia o movimento espartaquista, uma facção comunista influenciada pela Revolução Russa de 1917 e liderada por Rosa Luxemburgo.
Do ponto de vista econômico, a República de Weimar conseguiu resultados satisfatórios entre os anos de 1924 e 1929, principalmente por conta de investimentos estrangeiros, sobretudo vindos dos Estados Unidos. Entretanto, com a Grande Depressão Americana, a Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929, a economia alemã naufragou junto com a de seu principal investidor. Essa nova situação de declínio econômico favoreceu a radicalização das propostas do Nazismo.
Adolf Hitler, nascido em 1889 na Áustria, havia participado da Primeira Guerra como soldado combatente da Tríplice Aliança. Após a guerra, Hitler passou a integrar um grupo de ex combatentes, de trabalhadores e de membros da classe média alemã que passou a desenvolver uma ideologia cujo objetivo era resgatar a dignidade política da Alemanha, o passado glorioso alemão, isto é: dar continuidade aos dois grandes impérios que a Alemanha já havia protagonizado. Esse grupo fundou o Partido Nazista, que se tornou o suporte político para o desenvolvimento do que Hitler denominou “Terceiro Império” (Terceiro Reich).
Ainda antes da derrocada econômica de 1929, Hitler e seus aliados tentaram tomar o poder. Em 1923, os nazistas articularam um golpe no estado da Baviera e acabaram sendo presos e condenados. Na prisão, Hitler aperfeiçoou sua ideologia e a deixou registrada no livro “Minha Luta” (“Mein Kampf”). Todo o programa que o Partido Nazista viria a executar estava nesse livro. Através do Partido Nazista, Hitler conseguiu, gradativamente, eleger representantes no parlamento da República de Weimar e também chegar ao segundo posto mais importante da chefia do país: o de chanceler, ficando apenas abaixo do presidente Von Hindenburg.
Em 1933, após o parlamento alemão ter sido criminosamente incendiado (e o crime ter sido reportado aos comunistas), Hitler e os nazistas passaram a pressionar o presidente Hindenburg a lhe dar maiores poderes. A partir deste ano começou propriamente a ditadura nazista. Com a morte de Hindenburg, em 1934, Hitler agregou à sua pessoa os títulos de chanceler, de presidente e de “fürer”, senhor e líder, de todos os alemães. O regime nazista passou a ter um caráter completamente totalitário.
Características Específicas
-O controle da população por meio da propaganda seria uma de suas principais ferramentas. O uso do rádio e do cinema foram decisivos neste processo para que as ideias nazistas fossem propagadas.
-O antissemitismo era uma dessas ideias. O ódio aos judeus, a quem Hitler atribuía a culpa por vários problemas que a Alemanha enfrentava, sobretudo problemas de ordem econômica, intensificou-se no período nazista. Fato este que culminou no Holocausto – morte de mais de 6 milhões de pessoas em campos de concentração, dentre elas, a maioria de judeus.
-A noção racista e eugenista da superioridade do homem branco germânico, ou da raça ariana
- A construção de um “espaço vital” para que esta raça construísse seu império mundial. Esse espaço vital compreendia vastas regiões do continente europeu, que segundo os planos de Hitler deveriam ser invadidas e conquistadas pelos germânicos, já que a raça estava incumbida, por conta de sua superioridade, de se tornar “senhora” sobre os outros povos.
As ideias de Hitler convenceram boa parte da população alemã, que criam que sua figura de líder era a garantia de uma Alemanha próspera e triunfante. Essas características do nazismo conduziram a Alemanha à Segunda Guerra Mundial, uma guerra ainda mais sangrenta que a anterior, e ao horror da “indústria da morte” verificada nos campos de extermínio.
SALAZARISMO -No início do século XX, Portugal sofreu uma reforma política que instituiu um governo de caráter republicano. A nova forma de organização do cenário político não foi capaz de resistir a todos os problemas sofridos no continente europeu com a Primeira Guerra e a crise de 1929. A situação calamitosa da população trabalhadora acabou instaurando um cenário politicamente instável aproveitado pelos militares, que realizaram um golpe de Estado em 1926.
Inspirado em ideias de extrema direita, o governo ditatorial impunha suas ações e realizava franca oposição aos movimentos socialista e comunista do país. Esse processo de cisão política alcançou seu auge quando o general Antonio Carmona assumiu o poder do governo lusitano. Fortemente influenciado pelo ideário nazifascista, elaborou a constituição de um Estado forte aclamado pelas elites nacionais.
Ao ocupar o cargo de primeiro-ministro em Portugal, Carmona convocou Antônio de Oliveira Salazar para que ocupasse a pasta do Ministério da Fazenda. Durante o tempo em que ocupou a função, Salazar promoveu um conjunto de ações econômicas que favorecia diretamente a grande burguesia lusitana. O apoio concedido a esse setor acabou por conduzi-lo ao governo português em 1932.
Na condição de chefe de governo, Antonio Salazar impôs uma nova carta constitucional com traços explicitamente inspirados nos ditames do fascismo italiano.
Características:  censura dos meios de comunicação; a proibição dos movimentos grevistas e a criação de um sistema político unipartidário. A partir de então, se instalava uma dos mais duradouros dos regimes totalitários.
Somente com a morte de Salazar, acontecida em 1970, um movimento revolucionário de caráter liberal tomou conta do cenário português. Em 1974, o movimento de transformação política atingiu seu auge com a deflagração da chamada Revolução dos Cravos - movimento que derrubou o regime salazarista em Portugal, em 1974, de forma a estabelecer as liberdades democráticas promovendo transformações sociais no
Portugal manteve-se neutro durante a Segunda Guerra Mundial e a  recusa em conceder independência às colônias africanas estimulou movimentos guerrilheiros de libertação em Moçambique, Guiné-Bissau e Angola. Em 1968 Salazar sofreu um derrame cerebral e foi substituído por seu ex-ministro Marcelo Caetano, que prosseguiu com sua política. A decadência econômica e o desgaste com a guerra colonial provocaram descontentamento na população e nas forças armadas. Isso favoreceu a aparição de um movimento contra a ditadura.
No dia 25 de abril de 1974, explode a revolução. A senha para o início do movimento foi dada à meia-noite através de uma emissora de rádio, a senha era uma música proibida pela censura, Grândula Vila Morena, de Zeca Afonso. Os militares fizeram com que Marcelo Caetano fosse deposto, o que resultou na sua fuga para o Brasil. A presidência de Portugal foi assumida pelo general António de Spínola. A população saiu às ruas para comemorar o fim da ditadura e distribuiu cravos, a flor nacional, aos soldados rebeldes em forma de agradecimento.
FRANQUISMO-Após a crise de 1929, a Espanha passou a viver um agitado cenário político marcado pela atuação de setores de esquerda e direita. No ano de 1931, um governo republicano foi instalado com o objetivo de renovar as práticas políticas espanholas e prover uma solução aos problemas econômicos que assolavam o país. Nesse contexto, conservadores e socialistas se alternavam no poder demonstrando a ausência de um grupo político hegemônico. Os sociais democratas   dominaram o governo espanhol até 1934, quando os setores de direita conseguiram chegar ao poder. Dois anos mais tarde, os liberais, republicanos, socialistas e comunistas formaram uma grande frente de coalizão chamada de Frente Popular. Buscando garantir a democracia e atender os anseios dos trabalhadores, esse grupo de “esquerda” conseguiu voltar ao poder na Espanha. Imediatamente, os conservadores de extrema direta passaram os militares na instalação de uma ditadura.
Em 1936, membros do exército espanhol como Gonzalo Queipo, Emilio Mola, José Sanjuro e Francisco Franco lideraram uma tentativa de golpe. Para dar sustentação à ação golpista, buscaram o apoio de um grupo de ultra-direita composto por conservadores chamado Falange. No entanto, a tentativa de tomada do poder foi impedida pela ação de milícias de trabalhadores que não aceitavam o surgimento de uma ditadura em território espanhol.
Em contrapartida, o domínio dos militares sobre as forças armadas do país estabeleceu uma polarização política que deu início à chamada Guerra Civil Espanhola. Enquanto os militares tinham o apoio de monarquistas e fascistas na tentativa de instalação da Ditadura; os grupos republicanos contaram com a participação de socialistas, trabalhadores e tropas internacionais vindas de países como a União Soviética e a França.
Observando a possibilidade de ascensão de mais um regime totalitário, chefes de outros regimes conservadores, como Adolf Hitler, Benito Mussolini e Antonio Salazar cederam tropas em favor dos militares golpistas. Além disso, governantes como Hitler e Mussolini aproveitaram do conflito para testar o potencial destrutivo do grande arsenal militar que haviam formado. Em 1937, por exemplo, as forças alemãs comandaram um bombardeio aéreo que destruiu a cidade espanhola de Guernica.
No início de 1939, os militares conseguiram vencer a guerra civil e estabelecer um governo totalitário comandado por Francisco Franco. A partir de então, o chamado “franquismo ou falangismo demonstrou caráter autoritário e personalista do governo do general-ditador que dominou a Espanha por várias décadas, o regime foi apoiado pela Igreja Católica, discordava com a ideologia marxista e pelo Exército. O fim do regime  só ocorreu  com a morte de  Francisco Franco em 1975, o que abriu espaço para a transição para uma democracia parlamentar. Em 2006, as Cortes Espanholas e o Parlamento Europeu condenaram o Franquismo com a justificava de que há provas suficientes para demonstrar que os direitos humanos foram violados durante o período de governo do ditador.

EXERCÍCIOS
1- (FUVEST) O período entre as duas guerras mundiais (1919-1939) foi marcado por:
a) crise do capitalismo, do liberalismo e da democracia e polarização ideológica entre fascismo e comunismo.
b) sucesso do capitalismo, do liberalismo e da democracia e coexistência fraterna entre fascismo e comunismo.
c) estagnação das economias socialista e capitalista e aliança entre os E.U.A. e a U.R.S.S. para deter o avanço fascista na Europa.
d) prosperidade das economias capitalista e socialista e aparecimento da guerra fria entre os E.U.A e a U.R.S.S.
e) coexistência pacífica entre os blocos americano e soviético e surgimento do capitalismo monopolista.

2-(Puccamp) "O Fascismo italiano e o Nazismo alemão conquistaram o respaldo de muitos setores da população, conseguindo um financiamento junto à alta burguesia. Assim puderam resolver a crise do capitalismo, com a instalação de ditaduras de direita que garantiram a ordem do sistema, os lucros e as propriedades."
Servindo de exemplo a muitos países também atingidos pelos efeitos da Grande Depressão, o totalitarismo
a) reforçou o desenvolvimento armamentista, preparando o terreno para a eclosão da Segunda Guerra Mundial.
b) transformou a Alemanha no país mais rico e poderoso da Europa, ameaçada em sua supremacia apenas pela Dinamarca.
c) organizou e contribuiu para a evolução do bloco capitalista, sob o controle dos Estados Unidos.
d) desenvolveu a tendência de cooperação entre os Estados.
e) reacendeu as velhas disputas nacionalistas existentes, desde o século XIX, entre a Grécia e a Turquia.

3-(UFMG) A experiência nazista alemã inaugurou uma nova modalidade na política: as grandes manifestações de massa.
Todas as alternativas apresentam afirmações que contêm estratégias utilizadas na mobilização das massas no período nazista, EXCETO:
a) O 'Fuhrer' estimulou o uso do uniforme para dissimular as diferenças sociais e projetar a imagem dos alemães como uma nação coesa.
b) O governo alemão atribuía enorme importância à política de rua pela capacidade de ela transmitir sensação de conforto e encorajamento à multidão.
c) O governo nazista musicou, filmou e teatralizou os assuntos políticos para atrair a multidão aos eventos públicos.
d) O governo alemão estimulou linchamentos e execuções em praça pública visando ao incitamento ideológico e à difusão do ódio racial contra os muçulmanos.
e) Os nazistas organizaram paradas, desfiles e concentrações de rua como grandes espetáculos, com a intenção de emocionar e contagiar a multidão.

4-(Cesgranrio) Entre Mussolini e Hitler, há em seus programas, pontos em comum, como a:
a) mobilização contínua das massas através de apelos nacionalistas e a manutenção de uma política de apoio aos socialistas.
b) ideia de centralização administrativa e o fortalecimento dos mercados de troca, principalmente ingleses.
c) organização militar da juventude e a não-intervenção do Estado na vida econômica e política.
d) necessidade de fortalecimento do Estado e a adoção do corporativismo como base da reestruturação das relações sociais.
e) produção de um ideal bélico que acentuasse o gênio militar dos fascistas e a incorporação das minorias étnicas ao Estado com plena liberdade.

5-(Cesgranrio) Em relação ao período compreendido entre as duas guerras mundiais (de 1919 a 39), caracterizado pela crise do Estado e da sociedade liberal, assinale a afirmativa correta:
a) O nazismo consolidou uma política interna de miscigenação racial e social visando a preparar a Alemanha para a expansão territorial.
b) O fascismo encontrou dificuldades sucessivas para implantar o corporativismo, pois sofreu uma violenta oposição dos setores conservadores da burguesia e da classe média italiana.
c) A ausência de uma política de autossuficiência obrigou os regimes nazifascistas a compensar suas deficiências econômicas com o expansionismo militar.
d) A expansão da doutrina comunista na Europa, com a consolidação da Revolução Russa, favoreceu a Aliança com os comunistas italianos e alemães, cujo apoio propiciou a ascensão nazifascista.
e) Nazismo e fascismo são doutrinas baseadas no nacionalismo e no totalitarismo, cuja política intervencionista buscava a estabilidade do Estado.

6-(UFMG) A experiência nazista alemã inaugurou uma nova modalidade na política: as grandes manifestações de massa.
Todas as alternativas apresentam afirmações que contêm estratégias utilizadas na mobilização das massas no período nazista, EXCETO:
a) O 'Fuhrer' estimulou o uso do uniforme para dissimular as diferenças sociais e projetar a imagem dos alemães como uma nação coesa.
b) O governo alemão atribuía enorme importância à política de rua pela capacidade de ela transmitir sensação de conforto e encorajamento à multidão.
c) O governo nazista musicou, filmou e teatralizou os assuntos políticos para atrair a multidão aos eventos públicos.
d) O governo alemão estimulou linchamentos e execuções em praça pública visando ao incitamento ideológico e à difusão do ódio racial contra os muçulmanos.
e) Os nazistas organizaram paradas, desfiles e concentrações de rua como grandes espetáculos, com a intenção de emocionar e contagiar a multidão.

7-(Unitau) O Nazismo e o Fascismo surgiram:
a) do desenvolvimento de partidos nacionalistas, com pregações em favor de um Executivo forte, totalitário, com o objetivo de solucionar crises generalizadas diante da desorganização, após a Primeira Guerra Mundial.
b) da esperança de conseguir estabilidade na união das "doutrinas liberais" de tendências individualistas.
c) com a instituição do parlamentarismo da Itália e na Alemanha, agregando partidos populares.
d) com o enfraquecimento da alta burguesia e o apoio do governo às camadas lideradas pelos sindicatos e socialistas.
e) do coletivismo pregado pelos marxistas.

1) (Cesgranrio) Em relação a o período compreendido
entre as duas guerras mundiais (de 1919 a 39), caracterizado pela crise do Estado e da sociedade liberal, assinale a afirmativa correta.

a) O nazismo consolidou uma política interna de miscigenação racial e social visando a preparar a Alemanha para a expansão territorial.
b) O fascismo encontrou dificuldades sucessivas para implantar o corporativismo, pois sofreu uma violenta oposição dos setores conservadores da burguesia e da classe média italiana.
c) A ausência de uma política de auto-suficiência obrigou os regimes nazi-fascistas a compensar suas deficiências econômicas com o expansionismo militar.
d) A expansão da doutrina comunista na Europa, com a consolidação da Revolução Russa, favoreceu a Aliança com os comunistas italianos e alemães, cujo apoio propiciou a ascensão nazi-fascista.
e) Nazismo e fascismo são doutrinas baseadas no nacionalismo e no totalitarismo, cuja política intervencionista buscava a estabilidade do Estado. 
2- (Faap) Sobre os movimentos fascistas afirma-se:

I. Os movimentos fascistas se enquadram nos totalitarismos de direita, que visam garantir a propriedade privada contra o avanço político dos comunistas.
II. Como o avanço eleitoral dos comunistas é sempre maior em época de crise econômica e social, o período posterior à 1• Guerra Mundial foi propício aos extremismos políticos.
III. Na Itália, onde primeiramente se definiu o totalitarismo de direita, constituiu-se um Estado corporativista, uma ideologia militarista, expansionista e de exaltação nacional.
IV. Na Alemanha os azares da guerra e a depressão dos anos 30 propiciaram a tomada do poder por Hitler, que definiu um Estado totalitário, monopartidário intervencionista, militarista, nacionalista, expansionista e acima de tudo, racista. direita no mesmo período, como por exemplo a Espanha e Portugal.
São corretas as afirmações:
a) I - III e V apenas
b) II e IV apenas
c) I - II e III apenas
d) III e IV apenas
e) todas são corretas


3- (Fuvest) O regime franquista espanhol (1939-1975) pode ser caracterizado como:

a) uma ditadura de tipo misto, que se baseou tanto no poder do general Franco quanto na figura carismática do
reb) uma ditadura fascista, semelhante à de Mussolini, procurando converter a região do Mediterrâneo em área sob sua influência.
c) uma ditadura pessoal, baseada exclusivamente na figura do general Franco, que recusou a formação de instituições coletivas.
d) uma ditadura fascista, idêntica à de Mussolini e de Hitler, a ponto de o general Franco enviar tropas para combater a União Soviética.
e) uma ditadura fascista, que evitou amplas mobilizações de massa, com forte influência católica

4- (Mack) Ainda uma recordação, uma recordação pessoal: você sabe que, em 1937 menos de um ano depois do início da guerra civil na Espanha, a Legião Condor, a legião dos alemães nazistas posta à disposição do general Franco, bombardeou a pequena cidade basca de Guernica, destruindo-a completamente. Pierre Villar
Assinale a alternativa que apresenta a doutrina ideológica comum entre os comandantes da Legião Condor, citada no texto, e o general espanhol Francisco Franco.

a) Comunista
b) Fascista
c) Socialista
d) Anarquista
e) Liberal

  5- (UFMG) Leia este trecho:

Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Chico Buarque, Tanto mar (1a versão)

Nesse trecho de canção, o autor refere-se ao movimento que:

A) derrubou a ditadura portuguesa estabelecida por Salazar.
B) mobilizou a população brasileira a favor das “diretas já”.
C) redemocratizou o Paraguai ao derrubar o General Stroessner.
D) derrotou o governo fascista de Franco na Espanha. 

6- (Vunesp) Analise as afirmações sobre a Espanha no período Entre Guerras.

I. A guerra civil durou poucos meses, com a vitória dos republicanos e o apoio maciço da Igreja às forças reformistas de esquerda.
II. Em 1923, o general Primo de Rivera, chefiando um diretório militar, tomou o poder, substituindo o governo constitucional e reconhecendo o Rei Afonso XIII.
III. A aliança de Francisco Franco com o presidente português Antônio de Oliveira Salazar garantiu uma transição democrática tranquila na Península Ibérica, preservando as tradições econômicas e culturais da região.
IV. Em 1936, a Frente Popular, composta por partidos de esquerda das mais variadas tendências, venceu as eleições, iniciando um programa de reformas agrárias e de ataques à Igreja.
V. A Falange era o único partido fascista espanhol legalmente reconhecido durante a ditadura de Francisco Franco.
Estão corretas apenas as afirmativas
A) I, II e III.
B) I, III e IV.
C) II, III e IV.
D) II, IV e V.
E) III, IV e V

7-(Vunesp) Analise as afirmações sobre a Espanha no período Entre Guerras.

I. A guerra civil durou poucos meses, com a vitória dos republicanos e o apoio maciço da Igreja às forças reformistas de esquerda.
II. Em 1923, o general Primo de Rivera, chefiando um diretório militar, tomou o poder, substituindo o governo
constitucional e reconhecendo o Rei Afonso XIII.
III. A aliança de Francisco Franco com o presidente português Antônio de Oliveira Salazar garantiu uma transição democrática tranquila na Península Ibérica, preservando as tradições econômicas e culturais da região.
IV. Em 1936, a Frente Popular, composta por partidos de esquerda das mais variadas tendências, venceu as eleições, iniciando um programa de reformas agrárias e de ataques à Igreja.
V. A Falange era o único partido fascista espanhol legalmente reconhecido durante a ditadura de Francisco Franco.
Estão corretas apenas as afirmativas
A) I, II e III.
B) I, III e IV.
C) II, III e IV.
D) II, IV e V.
E) III, IV e V

8- (UFV) Na Europa e em outras partes do mundo, o fascismo italiano serviu de inspiração para regimes autoritários. Em Portugal, por exemplo, instaurou-se o regime salazarista, que seria extinto na década de 1970, com a Revolução dos Cravos.

Com base nos seus conhecimentos, assinale a alternativa correta sobre os fatores que explicam a queda do salazarismo.

a) O apoio aos golpes militares ocorridos na América Latina, em especial no Brasil, ocasionando forte pressão dos Estados Unidos sobre o regime salazarista.
b) O ingresso na Comunidade Econômica Europeia, exigindo de Portugal a adoção de princípios democráticos, como a realização de eleições diretas para a escolha dos governantes.
c) A crise decorrente do envolvimento do regime salazarista na Guerra Civil Espanhola, cujos gastos provocaram o aumento do custo de vida em Portugal.
d) A crescente aproximação de Salazar com o Partido Comunista Português, gerando insatisfação entre as elites empresariais e setores conservadores da sociedade.
e) A decadência econômica e o desgaste com as guerras coloniais, desde o início da década de 1960, provocando descontentamento nas Forças Armadas e na população.

9-A inspiração para a formação do Estado Novo salazarista em Portugal, na década de 1930, veio das mudanças operadas por Benito Mussolini na Itália, alguns anos antes. Nesse modelo de organização estatal, o objetivo era buscar a harmonia social entre as diferentes classes sociais através de uma articulação que tinha o Estado como mediador, essa articulação ficou conhecida como:

a)socialismo
b)cooperativismo
c)corporativismo
d)liberalismo
e)comunismo


10-Uma das faces mais perigosas da crise econômica vivida nas últimas décadas é o surgimento, em muitos países, de grupos neonazistas, quase sempre formados por jovens de origem pobre, filhos de operários ou trabalhadores pouco qualificados.
         Sobre esses grupos é correto afirmar que:

a)têm ideias nacionalistas, muitas vezes xenófobas,  contrárias às minorias, aos imigrantes e favoráveis à violência.
b)têm ideias internacionalistas, xenófobas, contrárias às minorias, aos imigrantes e pacifistas.
c)têm ideias internacionalistas, pregam o pacifismo, são favoráveis às minorias, e aceitam dividir suas riquezas com os mais pobres.
d)uma atuação internacional, xenófoba, a favor das minorias, dos imigrantes e favoráveis à violência.
e)não representam uma ameaça à democracia, pois não são violentos e pregam uma integração com os imigrantes dos países mais pobres.