Prazer em ser educadora

Graduada em Sociologia Política (USP), História (PUC-SP), Mestre em Ciências Sociais (área educação) UFPE, desde muito jovem me perguntava por que tantas desigualdades sociais no meu país? As respostas que eu obtinha não eram satisfatórias, até que um dia (ensino médio) fiz muitas perguntas a um querido professor de história (Otaviano) e ele me disse: "com tantas dúvidas, acho melhor você estudar História, só ela te saciará ou provocará mais dúvidas ainda, o que fará de você, uma eterna pesquisadora"
Amei aquela resposta desafiadora e assim, paralelo a um período ditatorial me tornei uma mulher questionadora, participante do movimento estudantil universitário, e do primeiro partido da classe de fato trabalhadora do meu país, uma mulher que pouco a pouco vai percebendo o que fizeram com a América Latina, sem nunca deixar de vislumbrar-se com as "coisas" da Europa anglo-francesa.
Aliei a sociologia à história e ambas me dão uma outra visão do mundo, seja nos aspectos econômico-político-sócio-cultural, permitindo-me conviver com as diversidades, com as minorias sem discriminações, aprendi a acreditar em meu país, no meu povo.
Assim posso repassar aos meus alunos das mais diversas idades ou classes sociais, o conhecimento que venho adquirindo no decorrer dos tempos, mostrando a eles que devemos nos qualificar, nos especializar, não para tornarmos apenas um acadêmico, mas para nos transformar em um humanista sensível à inclusão social, acreditando na mudança de um homem quando tem oportunidades.
Foi assim que acabei de certa forma, influenciando ou alicerçando a ideia de alguns alunos a cursarem História ou Ciências Sociais. A eles (últimos) : Trícia, Dimitri , Amanda, Arlan , Laís, Claudia... (não é possível citar o nome de todos) eu dedico esse blog e espero poder tirar dúvidas e compartilhar com todos os amantes das ciências humanas.
Muito prazer em ser educadora ... Beth Salvia

sábado, 1 de dezembro de 2012

HISTÓRIA DA PARAÍBA

Caros alunos, o texto abaixo vem nos esclarecer as consequências atuais  no estado da Paraíba, nos aspectos: econômico (base agrária sobrepõe à industria), política (permanência das oligarquias latifundiárias no poder), social ( a base caracterizada por descendentes dos escravos indígenas e africanos, sem terras, sem teto, sem escolaridade), religioso (muitas cidades com nomes de santos/santas católicas, discriminação forte às religiões afrodescendentes) e cultural (pouca valorização as raízes populares/ machismo exarcebado/ conformismo com a pobreza, alto índice de analfabetismo, doenças, violência urbana e rural)


FUNDAÇÃO DA CAPITANIA DA PARAÍBA
    
No início da colonização portuguesa, essa terra pertencia à capitania de Pernambuco, o administrador português João Gonçalves,  realizou algumas benfeitorias na capitania como a fundação da Vila Conceição e a construção de engenhos .Após a morte de João Gonçalves, a capitania entrou em declínio, ficando a mercê de malfeitores e propiciando a continuidade do contrabando do pau-brasil.

Com a  Tragédia de Tracunhaém (explicada abaixo), em 1574, a Corte Portuguesa ficou alarmada com os acontecimentos, o que levou o rei D.Sebastião a separar a Paraíba da Capitania de Itamaracá (PE) elevando-a à categoria de Capitania Real da Paraíba, passando então a ser administrada diretamente pela Corte, que tirara para si todas as vantagens.

O Decreto Real criando a Capitania Real da Paraíba foi editado, possivelmente em janeiro de 1574. Esta foi a terceira Capitania Real do Brasil, sendo a primeira, a da Bahia e a segunda do Rio de janeiro. As terras da nova Capitania tinha os seus limites desde a foz do rio Popoca até a Baía da Traição.

Depois de expulsos do Rio de Janeiro, os franceses tentaram se estabelecer na Paraiba, onde conseguiram aliar-se aos Tupis, que dominava a região e fixaram-se na Baía da Traição, próxima a Mamanguape, onde o comércio era livre. Os franceses comerciavam pau-brasil, algodão, óleos vegetais e animais nativos, que mandavam para sua terra. Eles conseguiam conquistar os índios, em troca de ferramentas, presentes e enfeites, levando-os a não reagirem às suas invasões e até a ajudarem na derrubada de madeira.

OBJETIVOS - 
*existia uma grande preocupação dos portugueses  em conquistar a capitania que atualmente é a Paraíba, separando-a de Pernambuco e sem as rivalidades tribais.
*haveria  a garantia do progresso da capitania de Pernambuco
*o fim da aliança entre potiguaras e franceses, e ainda, havia um grande interesse em estender sua colonização ao norte.

No entanto, a Capitania Real da Paraíba nasceu de duas exigências:
- compensação do insucesso da capitania de Itamaracá (PE)
-necessidade de apoio ao povoamento já instalado na Capitania de Pernambuco.

FATORES DO ATRASO DA COLONIZAÇÃO DA PARAÍBA  

Entre a criação da Capitania da Paraíba e sua efetiva conquista, decorrem mais de dez anos. Os motivos desse retardamento são gerais e particulares. Gerais porque os problemas do governo português são múltiplos, tanto na política como na economia, afastando-o de um interesse concreto em povoar terras que não davam mostras de possuírem os metais preciosos, uma das grandes ambições dos governantes europeus da época. Particulares porque uma série de circunstâncias ocorreu, ocasionando a demora da ocupação da Paraíba. Esses acontecimentos foram:  ação de apresadores de índios, presença de franceses na Baía da Traição, massacre em Tracunhaém e traição aos Tabajaras.
a)Apresadores de índios: eram aventureiros que procuravam no Nordeste a riqueza fácil e que a partir de 1560 encontraram condições de ação na Capitania de Pernambuco. Infiltrando-se entre aldeias indígenas pacíficas criaram sérios conflitos através de violência que visava contrabandear os nativos a conduzi-los escravizados em navios. Muitas amizades já consolidados entre colonos e índios foram por isso dissolvidas e em toda a região as tribos se levantaram para a guerra;
b) Presença de franceses na Baía da Traição: provavelmente os franceses frequentavam os portos da Paraíba desde 1520, formando aliança com os índios Potiguaras. Essa tribo, provando não ser belicosa por natureza, recebeu os franceses em sua convivência mais íntima, permitindo a miscigenação sem fronteiras, que unia os homens loiros de Franca às mulheres Potiguaras; com eles o comércio de especiarias da terra foi franco, em troca de diferentes objetos trazidos da Europa. As razões de tal amizade foram: em primeiro lugar, os franceses procuravam homenagear os Potiguaras, naquilo que lhes era mais caro, ou seja, sua valentia, o prestígio de seus guerreiros e sua liberdade. Os potiguaras não sofriam dos franceses qualquer afronta: nem mentiras, nem apresamento, nem quebra nos padrões culturais. Em segundo lugar, conquistada a harmonia com o nativo, os franceses passavam a oferecer-lhes ensinamentos úteis, informam sobre melhores métodos de agricultura, doam ferramentas e incentivam a cultura do algodão. Quando surgiram, portanto, os primeiros conquistadores da Paraíba tentando colonizá-la, franceses e potiguaras estavam em bom entendimento para a defesa de seus interesses.
c) Massacre de Tracunhaém: trata-se de um acontecimento histórico decisivo para a criação da Capitania da Paraíba. O seguinte episódio, ocorreu no vale do rio Tracunhaém, que pertencia a Itamaracá e hoje se localiza a pequena distância da cidade pernambucana de Goiana.
 Em 1574, transitaram dois guerreiros potiguares, provenientes de Olinda, onde, por determinação do governador geral Antônio Salema, recapturaram uma jovem indígena de quinze anos, filha do cacique Iniguaçu, e que fora arrebatada por mameluco das aldeias da serra da Copaoba. A beleza da índia, todavia, tanto fascinou o proprietário Diogo Dias que decidiu ficar com a moça. O rapto irritou os indígenas que insuflados pelos franceses, caíram sobre o engenho de Dias, no Tracunhaém, massacrando todos os habitante, a única exceção foi o  irmão de Diogo. Simultaneamente, os demais centros de povoamento de Itamaracá foram atacados, com os ocupantes refugiando-se na ilha. Diante do fato, o rei D. Sebastião, para colonizar a região e por fim à fúria selvagem, fez com que Portugal ao mesmo tempo tomasse posse da terra; criou, então, a Capitania Real da Paraíba desmembrando-a da capitania de Itamaracá. Toda a ação de conquista que se tentasse, porém compromissava-se com a guerra aos Potiguaras e com a expulsão dos franceses.

d)Traição aos tabajaras : aconteceu quando essa tribo situava-se na região do rio São 
Francisco. Em 1573, Francisco Caldas, com mais de 200 homens, pretendendo apresar Tapuias, chegaram até a tribo do chefe Piragibe, já com amizade firmada com os colonos. Conseguindo reforço de índios, viajou para o interior, de onde voltou semanas depois, trazendo carregamento de índios escravizados. Na verdade Francisco Caldas pretendia também cativar Piragibe e toda sua gente. O chefe Tabajara tomando conhecimento da intenção do aventureiro e depois de avisar a Assento de Pássaro, outro chefe e parente, armou uma cilada fatal, de que resultou o massacre de toda a expedição e soltura de escravos. Desde aí, Piragibe junto com Assento de Pássaro, abandonaram sua morada e emigrou com sua família e grande número de índios Tabajara, percorrendo o interior até chegar a Paraíba. Em 1585, aliou-se aos potiguares, contra a conquista da Capitania Real da Paraíba.

LUTAS PELA CONQUISTA- Quando foi criada a capitania real da Paraíba, o Brasil vivia o sistema de Governo Geral. Na época, o governador geral era Luís de Brito e Almeida. Este recebeu do rei de Portugal a ordem de punir os índios responsáveis pelo massacre, expulsar os franceses e fundar uma cidade. Assim, começaram as cinco expedições para a conquista da Paraíba. Para isso, o rei de D. Sebastião mandou primeiramente o Ouvidor Geral D. Fernão da Silva.
- Primeira expedição (1574): O comandante desta expedição foi o Ouvidor Geral D. Fernão da Silva. Ao chegar no Brasil, Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma resistência, mais isso foi apenas uma armadilha. Sua tropa foi surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernambuco.
- Segunda expedição (1575): Quem comandou a segunda expedição foi Governador Geral, D. Luís de Brito. Sua expedição foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras paraibanas. Parte da frota foi devolvida ao porto de origem, com o próprio Governador Geral, e outra conseguiu ancorar em Pernambuco onde, depois de esperar algum tempo também retornou à Bahia.
-Terceira expedição (1579): Frutuoso Barbosa impôs a condição de que se conquistasse a Paraíba, a governaria por dez anos. Essa ideia só lhe trouxe prejuízos, uma vez que quando estava vindo à Paraíba, caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter forte tormenta e além de ter que recuar até Portugal, ele perdeu sua esposa.
-Quarta expedição (1582) : com a mesma proposta imposta por ele na expedição anterior, Frutuoso Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e dos franceses. Barbosa desiste após perder um filho em combate.
- Quinta expedição(1584) : esta teve a presença de Flores Valdez, Felipe de Moura e o insistente Frutuoso Barbosa, Que conseguiram finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba.
DEFINIÇÃO DA CONQUISTA -Em 1584, as lutas pela Paraíba registraram a participação dos espanhóis a que, indiretamente, passara a pertencer o Brasil, em razão da união das Coroas de Portugal e Espanha (Reino Ibérico), subordinados a um mesmo soberano - Felipe II da Espanha. Esse acontecimento ocorrido em 1580, na Europa, explica a atuação nas peripécias paraibanas de 1584, de dois espanhóis, o almirante Diogo Flores Valdez e o alcaide Francisco Castejom. Ao primeiro coube chefiar a Armada que veio combater os franceses no mar e fechar a desembocadura do rio Paraíba, batizado de São Domingos pelos Portugueses. Castejom encarregou-se do comando de baluarte, erguido nas proximidades do estuário do Rio da Guia, afluente da Paraíba. O fortim batizado de São Felipe e São Tiago ensejou a denominação de Forte Velho para a localidade, hoje convertida em centro de turismo.
   Não foi desta feita, todavia, que a resistência indígena resultaria dominada. Edificada em local inadequado, a fortaleza viu-se cercada pelos Potiguaras que, em campo aberto, destruíram bandeiras que se aventuraram pelo interior. Quando as desavenças entre o capitão-mor Frutuoso Barbosa, português, e o alcaide Castejom, espanhol, se acentuaram, a situação dos conquistadores tornou-se insustentável. Castejom incendiou o forte e jogou a artilharia ao mar, retirando-se para Olinda, onde foi preso pelo Ouvidor Martim Leitão.
Em 1585, coube a este último organizar expedição para a conquista, somente então consumada. Devido à importância estratégica, a Paraíba fora criada como Capitania Real, isto é, diretamente subordinada à coroa, o que propiciou o emprego de recursos oficiais no empreendimento. A expedição chefiada militarmente por João Tavares, partiu de Olinda, com aproximadamente mil homens, a cavalo e a pé. Entre os participantes das jornadas encontrava-se militares, proprietários e sacerdotes, com índios “domesticados” e escravos negros compondo a massa restante.
Quando aqui chegaram se depararam com índios que sem defesa, fogem e posteriormente,  são aprisionados. Ao saber que eram índios Tabajaras, Martim Leitão manda anular o engano. Após o incidente, Leitão procurou formar uma aliança com os Tabajaras, que por temerem outra traição, a rejeitaram. O cacique Piragibe, à frente dos Tabajaras, tinha planos de cercar o forte e invadir também as capitanias de Pernambuco e Itamaracá. Mas houve sérios desentendimentos entre os Tabajaras e os Potiguaras, os quais levaram as duas tribos a guerrearem entre si. Martim Leitão, sabendo desses fatos, preparou-se para tentar as pazes com o valente cacique Piragibe, pois sabia da importância de tê-lo como aliado.
Para essa missão de paz, o escolhido foi o capitão João Tavares, de espírito conciliador. Finalmente, no dia 5 de agosto de 1585, celebraram um acordo, na encosta de uma colina em frente ao rio Sanhauá, onde se construíram um forte de madeira. Nesta data, foi firmada definitivamente a conquista da Paraíba.
A conquista da Paraíba se deu no final de tudo através da união de um português e um chefe indígena chamado Piragibe, palavra que significa Braço de peixe.
Em virtude de ser o dia 5 de agosto dedicado a Nossa Senhora das Neves, a nova cidade recebeu o nome de Nossa Senhora das Neves, passando a chamar-se Filipéia de Nossa Senhora das Neves (29/outubro/1585) em homenagem ao Rei Felipe da Espanha.
Depois passou a chamar-se Frederikstadt  (Frederica) (26/dezembro/1634) por ocasião da conquista pelos holandeses, em homenagem a Sua Alteza o Príncipe Orange, Frederico Henrique. Em seguida, Parahyba (01/fevereiro/1654) no retorno ao domínio português, recebendo a mesma denominação que teve a capitania, depois província e por último Estado. Finalmente, João Pessoa (04/setembro/1930) homenagem prestada ao presidente da província (aassassinado em Recife por João Dantas po questões pessoai/políticas)

REVOLTAS BRASILEIRAS (Participação Paraibana)
Guerra dos Mascates: A Guerra dos Mascates foi uma guerra civil, ocorrida em Pernambuco, no século XVIII, mais propriamente em Olinda, sede do governo pernambucano na época.Ocorreu que houve indignação contra a elevação de Recife à categoria de vila, a pedido da população de Recife, composta por comerciantes portugueses chamados Mascates que aspiravam por uma maior autonomia. Nesta época a economia nordestina entrava em declínio, pois os preços do açúcar estavam baixando no mercado mundial e haviam descoberto as Minas Gerais.Muitos senhores de engenho deviam dinheiro aos mascates. Em 1707 o povoado de Recife foi elevado a vila, o que provocou revolta em Olinda. Alguns olindenses ocuparam Recife e elegeram um novo governador a seu favor; Olinda ocupou Recife por três meses.João da Mata, um mascate, adquiriu o apoio do governador da Paraíba, João da Maia Gama, para desforrar-se dos senhores de engenho. Desta forma os mascates aprisionaram o governador pernambucano. Após este fato entrou um novo governador no poder (Félix José Machado de Mendonça), que a princípio foi imparcial, mas que em seguida ficou ao lado dos mascates, os quais saíram vencedores desse conflito.
Revoluções Liberais: A passagem do século XVIII para o XIX foi marcada pelo surgimento de ideias revolucionárias. No mundo surgia o estilo literário conhecido como Realismo/Naturalismo, que procurava descrever as classes inferiores e mostrar os aspectos mais degradantes e cruéis da sociedade. Na Paraíba as ideias revolucionárias foram estimuladas pela maçonaria.O mundo todo se baseava no ponto de vista científico. Temos como exemplo o padre Manoel Arruda, que começou a pesquisar a fauna e a flora nordestina.Todas estas ideias liberais provocaram um surto revolucionário, no qual podemos citar as revoluções de 1817, 1824 e 1848, todas com tendências republicanas, federalistas e democráticas.
Revolução de 1817: Este movimento de caráter republicano e separatista, surgiu na Província de Pernambuco e logo se espalhou pelas províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.Influenciados pela Revolução Francesa e polo exemplo de República norte-americano, os revoltosos queriam emancipar o Brasil. Quando a revolta estourou os revoltosos instalaram um governo provisório republicano. Porém o Governo Geral não perdeu tempo. Quatro meses depois os líderes da revolta foram condenados à morte e a revolução contida.Como líderes da revolução podemos citar Domingos José da Silva (comerciante) e os paraibanos militares Peregrino de Carvalho e Amaro Gomes.
Revolução Praieira: Esta revolta durou apenas cinco meses e ocorreu na província de Pernambuco entre 1848/49. Ela foi influenciada pelo espírito de 1848 que dominava a Europa. Esta revolta consiste não apenas em um movimento de protesto contra a política Imperial, mas num movimento social que pretendia estabelecer reformas. Dentre outras exigências feitas pelos revoltosos, podemos citar:
- a divisão dos latifúndios;
- a liberdade de imprensa;
- democracia;
- fim da importação de indústrias têxteis;
- fim do domínio português sobre o comércio de Recife;
- fim da oligarquia política, entre outros.

Os revoltosos eram os liberais adversativos dos conservadores (grandes latifundiários e comerciantes portugueses). O principal jornal liberal em Recife tinha sua localização na Rua da Praia. Por causa disto, os liberais ficaram conhecidos como praieiros.A revolução iniciou-se com choques entre os liberais e conservadores de Olinda, ao sétimo dia do mês de novembro de 1848. Em 1849 os revoltosos atacaram Recife, mas fracassaram. Depois de ter sido derrotado pelas tropas do Brigadeiro Coelho, em Pernambuco, Borges da mento revolucionário do Império.
Confederação do Equador: Esta revolta surgiu com a atitude autoritária de D. Pedro I, o qual dissolveu a Assembléia Constituinte. Esta situação agravou-se quando D. Pedro I quis substituir Manoel Pais de Andrade, governador da província, ex-revolucionário, que gozava de grande popularidade entre os pernambucanos, por uma apadrinhado seu (Francisco Reis Barreto). Desta forma, as câmaras municipais de Olinda e Recife se declararam contrárias ao governo de Barreto.Em 2 de julho de 1824, Pais de Andrade se empenhou na revolta, pedindo apoio às outras províncias nordestinas. Seu objetivo era reunir as províncias do Nordeste em uma república, denominada de Confederação do Equador.Foram mandados emissários às províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Porém a repressão sobre esta revolta foi intensa. D. Pedro I enviou navios de guerra para derrotá-la. Após a derrota das tropas republicanas de Pernambuco, as outras províncias se enfraqueceram e foram derrotadas.Seus líderes foram todos executados, entre eles Frei Caneca, que morreu fuzilado, pois ninguém tinha coragem de enforcá-lo.
Coluna Prestes: Foi um movimento iniciado por alguns políticos que estavam descontentes com a concentração político-econômica nas mãos das oligarquias da República Velha e essa insatisfação gerou a Revolução de 30 e se estendeu ao governo Vargas,  e velhos participantes da Revolta Federalista de 189, faziam parte desses revoltosos. Seus principais líderes foram: Luís Carlos Prestes, Miguel Costa e Juarez Távora(Pb).Os integrantes da Coluna, apesar de todas as dificuldades, conseguiram romper as barreiras do sul, seguiram e entraram no sertão paraibano. Luis Carlos foi preso junto aos outros líderes.
 Revolução de 30: Representou o acontecimento mais importante em toda a história da Paraíba. A liderança da Paraíba mudou  a partir do momento em que João Pessoa recusou aceitar a candidatura de Júlio Prestes (paulista) à presidência da república, dai o termo da bandeira paraibana NEGO, tudo piorou com o levante de Princesa, que contou com o apoio de todos os coronéis do açúcar e do algodão, entre outros fatores que contribuíram para o agravamento da situação.
Logo após esse acontecimento, veio a morte do presidente da província da Paraíba, João Pessoa (crime passional) mas foi usada como pretexto para a Junta Militar empossar Getúlio Vargas já que João Pessoa  seria o vice candidato ao lado de Getúlio Vargas) . A revolução se espalhou por diversos lugares (Nordeste do Maranhão à Bahia).

 REVOLTAS EXCLUSIVAS DA PARAÍBA
Revolta dos Quebra-Quilos: Ocorrida em 1874, ficou assim conhecida pela modificação que provocou no sistema de pesos e medidas, fato este que provocou uma grande revolução na Paraíba. Esta revolta causou muitas prisões, inclusive a do padre de Campina Grande (Calisto Correia Nóbrega).
Ronco da Abelha ou Guerra dos Marimbondos – ocorrido entre 1851 e 1852 se deu nos sertões de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Paraíba,  identificam os movimentos armados contra aquelas resoluções do governo imperial, o fato de que o censo previa a regularização do registro civil. Segundo a prática tradicional, os nascimentos, casamentos e óbitos eram registrados nos livros eclesiásticos, em volumes distintos, de acordo com a condição escrava ou livre do indivíduo, no novo sistema, o juiz de paz seria o responsável pelos registros e não haveria mais a separação pelos livros entre escravos e livres. Em época de crise de mão-de-obra, de fim do tráfico de escravos, ser registrado como negro era visto como altamente arriscado, os negros e descendentes de negros do  nordeste, temiam que os sulistas estivessem se preparando para escraviza-los, já que no sul e sudeste o Tráfico estava proibído, esse “zum zum zum” foi denominado na Paraíba Ronco das Abelhas
Revolta de Princesa Frente de oposição ao presidente João Pessoa, na cidade de Princesa Isabel, Paraíba. Teve como líder José Pereira, que possuía amizades influentes no Estado. Princesa Isabel por volta de 1930, se declarou território livre e lutou contra o governo do estado por 5 meses. Essa revolta foi liderada pelo coronel mas influente da região, José Pereira Lima, que se insurgiu contra medidas econômicas e práticas políticas modernizadoras adotadas pelo então presidente (denominação, à época, para governador) da Paraíba, João Pessoa. A gota d’água para o rompimento do coronel com João Pessoa foi a decisão do presidente do estado de deixar de fora, na composição de uma chapa para deputado federal, o ex governador João Suassuna, pai do escritor Ariano Suassuna, e grande amigo de José Pereira. O Coronel foi além do rompimento político. Reunião 150 jagunços e as armas disponíveis na cidade – repassadas pelo governo federal aos coronéis da região para combater os cangaceiros de Lampião e a Coluna Prestes-, expulsou os soldados do governo estadual que se dirigiam a Princesa e juntamente com o prefeito e o presidente da Câmara Municipal, declarou a independência administrativa da cidade, que passou, então, a ter bandeira, hino, leis, jornal e exercito próprios.João Pessoal usou todas as armas para tentar conter os rebeldes. Ameaçou bombardear a cidade e mobilizou homens sob o comendo de José Américo de Almeida. Habituados com a geografia da região, os revoltosos venciam sucessivas batalhas,. A revolta tomou grandes proporções, envolvendo além da Paraíba o estado do Pernambuco e o governo federal. O assassinato de João Pessoa no dia 26 de julho de 1930 por João Dantas, motivado por questões políticas e pessoais, pôs fim à Revolta de Princesa.

autoria: prof. Beth

Pesquisa bibliográfica: 1- História da Paraiba- José Octávio de Arruda melo
                        2- História da Paraíba - Lutas e Resistências - José Octavio de Arruda Melo
           3-A Igreja Católica na Paraíba republicana: romanização e “males” a serem combatidos - Faustino Teatino Cavalcante Neto
Entrevista: professor de Historia da Paraíba UEPB -José Octávio
                  cacique Alcides da aldeia Baía da Traição (litoral paraibano)






Nenhum comentário:

Postar um comentário