FATORES DA CONQUISTA EUROPEIA NA AMÉRICA
- lucro
- busca de mercadorias
- interesses da burguesia
- incentivo dos monarcas
- desenvolvimento técnico naval
- pensamento antropocêntrico
- Grandes Navegações
A Europa iniciava a idade Moderna (séc.XV) sob o sistema
econômico denominado capitalismo comercial, este era controlado pelos reis absolutos, que o
chamavam de mercantilismo, assim para obter o lucro desejado, a burguesia
deveria buscar produtos como as especiarias e metais preciosos (produtos
escassos na Europa) em outros continentes, inicialmente pensaram nas Índias
(oriente) porque já conheciam o lugar desde as Cruzadas (caravanas católicas em
busca da retomada de Jerusalém , ocupada pelos muçulmanos nos séculos XI ao
XIII), com a circunavegação (navegação contornando a terra, em círculo),
conheceram outros continentes:África e América, invadiram, se apossaram das
terras, das riquezas naturais e da cultura dos nativos, denominados índios,
pela ignorância geográfica de Cristovão Colombo, primeiro navegador europeu que
eseve na América, pensando ter alcançado as Índias por um caminho mais curto.
ESPANHA - Ao chegarem por aqui, os espanhóis se depararam
com a existência de grandes civilizações capazes de elaborar complexas
instituições políticas e sociais. Muitos dos centros urbanos c -ados pelos
chamados povos pré-colombianos superavam a pretensa sofisticação das
“modernas”, “desenvolvidas” e “civilizadas” cidades da Europa. Apesar da
descoberta, temos que salientar que a satisfação dos interesses econômicos
mercantis era infinitamente maior que o valor daquela experiência cultural.Um
dos mais debatidos processos de dominação da população nativa aconteceu quando
o conquistador Hernán Cortéz liderou as ações militares que subjugaram o
Império Asteca, então controlado por Montezuma (imperador asteca).
Para concretizar a terrível e violenta experiência que marca
o passado americano, os espanhóis, possuíam a superioridade bélica, (armas)
contavam com potentes armas de fogo e
atordoavam os nativos que se deparavam com a
inédita imagem de homens montados em cavalos. Ao mesmo tempo, o próprio
contato com os europeus abriu caminho para a instalação de epidemias que
matavam as populações nativas em poucos dias. Enquanto o confronto e a doença
funcionavam como importantes meios de dominação, devemos também dar a devida
importância a outra estratégia espanhola, a imposição religiosa do catolicismo,
através dos jesuítas. Dessa forma, depois dos nativos se desgastarem em
conflitos, a dominação hispânica (espanhola) agia para controlar as tribos em
questão.
Depois da conquista, os colonizadores tomaram as devidas
providências para assegurar os novos territórios e, no menor espaço de tempo,
viabilizar a exploração econômica de suas terras. Sumariamente, a extração de
metais preciosos e o desenvolvimento de atividades agroexportadoras nortearam a
nova feição da América colonizada. Para o cumprimento de tamanha tarefa, além
de contar com uma complexa rede administrativa, os 4 Vice-Reinos, os espanhóis
aproveitaram da mão de obra dos indígenas subjugados ao sistema de trabalho
compulsório, particularmente denominados como mita(trabalho nas minas de ouro e
prata) e a encomienda (trabalho na agricultura de subsistencia para abastecer
as famílias espanholas que vieram). Embora o trabalho compulsório fosse
obrigatório, porém remunerado, essa remuneração era através da catequese,
alimentos, remédios, poucas moedas, mas nunca adquiriam suas terras de volta.
Sendo assim, os espanhóis que chegaram à América em 1492
colonizaram parte das terras americanas até 1898, quando a última colônia Cuba
se tornou indenpendente politicamente da Espanha, ou seja 500 anos de dominação
na América Latina.
PORTUGAL - Não podemos esquecer que outros fatores que levaram Portugal à
América foi a expansão do cristianismo (Catolicismo), o caráter aventureiro das
navegações, a tentativa de superar os perigos do mar (perigos reais e
imaginários) e a expansão territorial portuguesa (territórios além-mar).
No ano de 1500, os primeiros portugueses chegaram ao chamado
“Novo Mundo” (América), e com eles o navegador Pedro Álvares Cabral desembarcou
no litoral do novo território. Logo, os primeiros europeus tomaram posse das
terras e tiveram os primeiros contatos com os indígenas denominados pelos
portugueses de “selvagens”. Alguns historiadores chamaram o primeiro contato
entre portugueses e indígenas de “encontro de culturas”, mas percebemos com o
início do processo de colonização portuguesa um “desencontro de culturas”,
começando então o extermínio dos indígenas tanto por meio dos conflitos entre
os portugueses quanto pelas doenças trazidas pelos europeus, como a gripe e a
sífilis.
Entre 1500 a 1530, os portugueses efetivaram poucos
empreendimentos no novo território conquistado, algumas expedições chegaram,
como a de 1501, chefiada por Gaspar de Lemos e a expedição de Gonçalo Coelho de
1503, as principais realizações dessas expedições foram: nomear algumas
localidades no litoral, confirmar a existência do pau-brasil e construir
algumas feitorias (galpões para armazenar a madeira nas praias).
Em 1516,o rei de Portugal, enviou navios ao novo território
para efetivar a ocupação e a exploração, instalaram-se em Porto Seguro, mas
rapidamente foram expulsos pelos indígenas. Até o ano de 1530, a ocupação
portuguesa ainda era bastante tímida, somente no ano de 1531, Dom João III
enviou Martin Afonso de Souza ao Brasil nomeado capitão-mor da esquadra e das
terras coloniais, visando efetivar a exploração mineral e vegetal da região e a
distribuição das sesmarias (lotes de terras).
No litoral do atual estado de São Paulo, Martin Afonso de
Souza fundou no ano de 1532 os primeiros povoados do Brasil, as Vilas de São
Vicente e Piratininga (atual cidade de São Paulo). No litoral paulista, o
capitão-mor logo desenvolveu o plantio da cana-de-açúcar; os portugueses
tiveram o contato com a cultura da cana-de-açúcar no período das cruzadas na
Idade Média.
As primeiras experiências portuguesas de plantio e cultivo
da cana-de-açúcar e o processamento do açúcar nos engenhos aconteceram
primeiramente na Ilha da Madeira (situada no Oceano Atlântico, a 978 km a
sudoeste de Lisboa, próximo ao litoral africano). Em razão da grande procura e
do alto valor agregado a este produto na Europa, os portugueses levaram a
cultura da cana-de-açúcar para o Brasil (em virtude da grande quantidade de
terras, da fácil adaptação ao clima brasileiro e das novas técnicas de
cultivo), desenvolvendo os primeiros engenhos no litoral paulista e no litoral
do nordeste (atual estado de Pernambuco), a produção do açúcar gerou muito
lucro, apesar que o refino era realizado pelos holandeses e o transporte até a
Europa, pelos ingleses, o que aumentava as despesas.
Para desenvolver a produção do açúcar, os portugueses
utilizaram nos engenhos a mão de obra escrava negra, para a obtençãi de lucro
mais rápido, não há outro motivo que justifique esse uso da escravidão negra,
para obtê-la, os capitães donatários e senhores de engenho, deveriam comprá-la
da burguesia portuguesa, o tráfico negreiro neste período se tornou um atrativo
empreendimento juntamente com os engenhos de açúcar.
Com a decadência do açucar no século XVII, causada pela
expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro e consequentemente , a
concorrência do açucar produzido por eles nas Antilhas (ilhas da América
Central), o rei de Portugal determinou a impulsão do Bandeirismo, expedições
pelo sertão brasileiro em busca de negros fugitivos, pasto para o gado e
riquezas naturais, foram encontradas várias minas de ouro e pedras preciosas
nas regiôes Sudeste e Oeste, esse ciclo ecoômico gerou a urbanização, o mercado
consumidor interno, novas classes sociais, mudança da capital,...Com sua
decadência, em virtude de pesados dízimos pagos à Igreja católica, dívidas com
a Inglaterra (transportes) e pirataria, esse minério escasseou, sendo
necessário investiu em outra agro-exportação, assim o café foi trazido e
plantado nas regiões sudeste e sul, até que o século XVIII europeu trazia novas
ideias de liberdade no pensamento denominado Iluminismo, começando na colônia
os movimentos pela independência, mas isso só foi possível no
século XIX, quando o Brasil se torna "independente" (1822) de uma forma
inaceitável, ou seja, manteve a monarquia, a agro exportação e a mão de obra
escrava .(Aguardem aqui no blog o estudo da Colonização Portuguesa em
detalhes).
INGLATERRA-A invasão dos
ingleses na colonização da América, é bem diferente da experiência colonial dos portugueses e espanhóis. Podemos apontar
como diferença: 1)o processo tardio de colonização (só no século XVII), 2)a
natureza espontânea da ocupação dos territórios por pequenos agricultores
expulsos das terras pelos cercamentos
(criação de ovelhas e/ou investimento tecnológico nas fazendas) 3)características do litoral norte-americano(zona
inóspita=perigosa, devido ao grau de evolução dos índios) e 4)a perseguição
religiosa e política sofrida pelos
puritanos, como pontos
fundamentais na compreensão da colonização inglesa.
A rainha Elizabeth I (1558 – 1603), ingressou na economia
mercantilista ao investir na construção de novas embarcações e nas Companhias
de Comércio das Índias Orientais (comércio marítimo). Nesse contexto, a
pirataria se tornou uma importante fonte de lucros sustentada no assalto de
navios espanhóis que saíam do Caribe com destino à Europa, não sendo vantajoso
para a burguesia tentar enrriquecer com a colônia (atual EUA), mesmo
assim, tentaram empreender a colonização
de região norte-americana com a organização de três expedições comandadas por
Walter Raleigh. O insucesso dessas primeiras expedições só foi revertido com a
criação da colônia de Virgínia, em 1607.
Com a expulsão dos puritanos, no ano de 1620, o navio
Mayflower saiu da Inglaterra com um grupo de artesãos, pequenos burgueses,
comerciantes, camponeses e pequenos proprietários interessados em habitar uma
terra onde poderiam prosperar e praticar o protestantismo livremente. Chegando
à América do Norte naquele mesmo ano, os colonos fundaram a colônia de Plymouth
– atual estado de Massachusetts – que logo se transformou em ponto original da
chamada Nova Inglaterra (porque a região era de clima temperado e a economia
empreendida se assemelhava à da Inglaterra, ou seja, empreendedorismo com a
manufatura e o comércio de peixes secos e barcos (Norte e Centro), com mão de
obra livre e depois assalariada, como os habitantes da Nova Inglaterra
(colônias do Norte e Centro) vieram para se estabelecerem na América, já que
não podiam voltar, essas colônias foram classificadas como povoamento. Na
região sul, o clima subtropical, o solo
fértil e as planícies cortadas por rios navegáveis consolidaram um modelo de
colonização semelhante aos padrões ibéricos(Espanha e Portugal) - colônias de
exploração. Dessa forma, o sistema de plantations estabeleceu o surgimento de
grandes fazendas monocultoras produtoras de
arroz, índigo e algodão. Com isso, a grande demanda por força de
trabalho favoreceu a adoção da mão de obra escrava vinda da África.
Compondo um processo de ocupação tardio, a região central
ficou marcada por uma economia que mesclava a produção agropecuarista com o
desenvolvimento de centros comerciais manufatureiros. As primeiras colônias
centrais apareceram por volta de 1681, com a fundação das colônias do Delaware
e da Pensilvânia. Durante a independência das colônias (1776) sob a égide
(influência) do Iluminismo, essa região teve grande importância na organização
das ações que deram fim à dominação britânica. Vale destacar que não houve por
parte dos ingleses a aculturação (imposição de nov cultura) dos nativos da
região, entre os séculos da coloização ficaram reservados ao oeste e os colonos
no litoral, mas no século XIX quando a região já era a independente República
dos EUA, e iniciava a industrialização, empreenderam as ferrovias e estas
destruíam as tribos, desmatavam e matavam as populações indígenas, não rstando
na atualidade nenhuma reserva indígena, na história contada aos outros países,
os norte americanos dizem existir reservas indígenas, mas ninguém as conhecem,
a não ser nos filmes hollyodianos.
FRANÇA - Sua participação no processo de colonização do
continente americano aconteceu tardiamente em relação às nações ibéricas. Esse
atraso é foi causado pela falta de
interesse do próprio rei, em empreender um programa de expansão marítima e os
constantes desentendimentos entre o Estado
e a classe burguesa. Entre os séculos XVI e XVII, as tentativas de
ocupação de áreas de colonização ibérica (terras coloniais portuguesas e
espanholas) foram severamente repreendidas.
Uma das primeiras expedições aconteceu durante o reinado de
Francisco I, quando tentaram ocupar partes do Canadá e da Flórida. Foi somente
nas terras canadenses que foi possível fixar algumas poucas colônias que
sofriam com as dificuldades naturais da região e a falta de patrocínio do
Estado. Paralelamente, desde os primeiros anos da colonização portuguesa, os
franceses também chegaram ao litoral brasileiro com o intuito de contrabandear
madeiras, plantas e animais, através do escambo (em troca da mão de obra
indígena na extração desses produtos, davam-lhes miçangas, espelhos, tintas,
champagne, vinhos...)
Em 1555, a primeira tentativa de ocupação colonial francesa
atingiu uma pequena parcela do litoral fluminense(RJ). Nessa região criaram a
chamada França Antártica, onde vários huguenotes (calvinistas franceses)
estabeleceram relações amistosas com a população nativa e empreendera
atividades de extração madeireira. Ao mesmo tempo, tinham interesse em fundar
uma base naval fortemente armada que garantiria a dominação francesa na região
e atacaria as preciosas embarcações mercantis lusitanas.(portuguesas)
No entanto, a superioridade das embarcações de Portugal,
lideradas por Mem de Sá, conseguiu forçar a expulsão dos franceses daquela
região. No século seguinte, os franceses ainda tentaram fundar uma nova colônia
em terras brasileiras ocupando terras na região do Maranhão, denominada França
Antártida, mais uma vez, a represália dos portugueses obrigou os franceses a
abandonar os territórios pretendidos. Ainda no século XVII, os franceses
conseguiram firmar suas primeiras colônias no continente americano.
Na América Latina, os franceses ocuparam regiões das
Antilhas (ilhas da América Central)
assim como o Haiti e as Guianas
empreendendo um tipo de colônia de exploração voltado à produção açucareira e a
utilização de mão-de-obra escrava. Na região norte, os franceses se fixaram na
região do Quebec, Louisiana, Golfo do México e Mississipi. Nessas regiões,
diversos colonizadores franceses viviam da comercialização de caças, peles de
animais, pesca e outras atividades menores, ou seja, colônias de extrativismo
(não habitavam a região, levavam os produtos extraídos pelos indígenas)
Com a deflagração da Guerra dos Sete Anos (luta entre
Inglaterra e França pela ocupação do Canadá no século XVIII) o projeto colonial francês sofreu um duro
golpe ao ter que ceder parte de seus domínios para a Inglaterra. Com o fim do
conflito, estabelecido com a assinatura do Tratado de Paris (1763), a França
reconheceu sua derrota entregando uma parte das Antilhas Francesas, a região leste do Rio Mississipi, à colônia de Quebec e a região da Louisiana, entregue a um breve domínio dos espanhóis.
Suas colônias se tornaram livres também no século XIX, mas o Haiti surpreendeu o mundo europeu, com a revolução de independência contra os franceses e a Primeira República Negra.
HOLANDA - Até 1581, a Holanda era um parte do Império
Espanhol na Europa. Nesse ano, depois de uma violenta reação à política
opressiva de Felipe II, da Espanha, os flamengos proclamaram sua Independência,
constituindo um Estado denominado Províncias Unidas dos Países Baixos. Após
anos de guerras, a Espanha reconheceu a independência holandesa, em 1609.
Mesmo durante a dominação espanhola, os holandeses
desenvolveram-se economicamente, surgindo após a independência como um dos
Estados mais fortes da Europa. As bases desse desenvolvimento eram o seu
poderio marítimo e sua dinâmica burguesia calvinista
No quadro das guerras contra a Espanha, os holandeses
criaram a Companhia das Índias Orientais(1602 e a Companhia das Índias
Ocidentais (1621), para fazer frente às imposições espanholas, principalmente
na época da União Ibérica (morre o rei de Portugal e quem governa o pais e as
colônias é seu primo , o rei da Espanha -1580-1640), quando os holandeses foram
proibidos de refinar e comercializar o açúcar brasileiro. Essas companhias de
comércio, detentoras de privilégios comerciais, organizaram uma formidável
força militar e, assim passaram a se infiltrar
nos domínios ibéricos.
No Oriente, ocuparam parte do império luso-espanhol, como o
Ceilão, Java, Sumatra e Molucas. Entre 1630 e 1654, invadiram o Brasil — Bahia
e Pernambuco —, apossando-se da produção açucareira e do lucrativo tráfico
negreiro, dentro do contexto da Guerra do Açúcar.
Depois da expulsão do Brasil, os holandeses se estabeleceram
na Guiana e em Curaçao, nas Antilhas, onde passaram a desenvolver a produção
açucareira. Na América do Norte, ocuparam o vale do Hudson, onde fundaram a
colônia de Nova Amsterdã, que, perdida para os ingleses, deu origem
posteriormente às colônias centrais de Nova York e Delaware.
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