Prazer em ser educadora

Graduada em Sociologia Política (USP), História (PUC-SP), Mestre em Ciências Sociais (área educação) UFPE, desde muito jovem me perguntava por que tantas desigualdades sociais no meu país? As respostas que eu obtinha não eram satisfatórias, até que um dia (ensino médio) fiz muitas perguntas a um querido professor de história (Otaviano) e ele me disse: "com tantas dúvidas, acho melhor você estudar História, só ela te saciará ou provocará mais dúvidas ainda, o que fará de você, uma eterna pesquisadora"
Amei aquela resposta desafiadora e assim, paralelo a um período ditatorial me tornei uma mulher questionadora, participante do movimento estudantil universitário, e do primeiro partido da classe de fato trabalhadora do meu país, uma mulher que pouco a pouco vai percebendo o que fizeram com a América Latina, sem nunca deixar de vislumbrar-se com as "coisas" da Europa anglo-francesa.
Aliei a sociologia à história e ambas me dão uma outra visão do mundo, seja nos aspectos econômico-político-sócio-cultural, permitindo-me conviver com as diversidades, com as minorias sem discriminações, aprendi a acreditar em meu país, no meu povo.
Assim posso repassar aos meus alunos das mais diversas idades ou classes sociais, o conhecimento que venho adquirindo no decorrer dos tempos, mostrando a eles que devemos nos qualificar, nos especializar, não para tornarmos apenas um acadêmico, mas para nos transformar em um humanista sensível à inclusão social, acreditando na mudança de um homem quando tem oportunidades.
Foi assim que acabei de certa forma, influenciando ou alicerçando a ideia de alguns alunos a cursarem História ou Ciências Sociais. A eles (últimos) : Trícia, Dimitri , Amanda, Arlan , Laís, Claudia... (não é possível citar o nome de todos) eu dedico esse blog e espero poder tirar dúvidas e compartilhar com todos os amantes das ciências humanas.
Muito prazer em ser educadora ... Beth Salvia

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Teorias Sociológicas que caem no ENEM


Com a consolidação do capitalismo na Europa, no século XIX, surge a Sociologia como ciência particular. O pensamento de Saint-Simon (1760-1830), Hegel (1770-1830) e David Ricardo (1772-1823) serviram como base para que Comte e Marx desenvolvessem teorias divergentes.

Auguste Comte (1798 – 1857) - Comte era francês, republicano e com idéias liberais que lhe permitiam elaborar suas propostas para resolver os problemas da sociedade de sua época. Para Comte, que vivia na França pós-revolucionária, a questão a ser resolvida era como organizar a nova sociedade que estava em ebulição.
A resposta, segundo ele, seria uma reforma completa da sociedade em que vivia, partindo para isso da reforma intelectual plena do homem. Modificando a forma de pensar dos homens por meio das ciências, haveria a reforma das instituições (Positivismo).
Para Comte a Sociologia deveria reconciliar os aspectos estáticos e dinâmicos do mundo natural, ou entre a ordem e o progresso, com o progresso sempre subordinado à ordem. Com estas ideias, Comte influenciou a tradição republicana na Europa e na América Latina.

Karl Marx (1818 – 1883) e Friederich Engels (1820 – 1895)- Durante o século XIX as transformações iniciadas com o invento da máquina a vapor permaneceram em ritmo acelerado, e as alterações no processo produtivo ficaram mais visíveis como o surgimento de novas máquinas, impulsionado pela descoberta de outras fontes de energia como o petróleo e a eletricidade.
Aos poucos surgiram movimentos de trabalhadores, já organizados em sindicatos, com o fim de transformar a sociedade capitalista.
Nasce o Socialismo, expresso por Marx e Engels com o objetivo de dotar os trabalhadores de condições de análise da sociedade do qual faziam parte.
Para Marx e Engels – ao contrário de Comte – não era necessária uma ciência para estudar a sociedade, mas esta deveria ser vista como um todo complexo de aspectos sociais, econômicos, políticos, ideológicos, religiosos, etc. Estes teóricos entendiam que o conhecimento científico da realidade só fazia sentido se este pudesse transformá-la.

Émile Durkheim (1858-1917)- O francês Durkheim preocupava-se, ao contrário de Marx e Engels, em imprimir caráter científico à Sociologia. Suas obras foram escritas em período de crise na França, cuja sociedade exigia reformas em sua estrutura.
Ao mesmo tempo em que a Europa passava por grande avanço tecnológico, ocorria o aumento do desemprego e, conseqüentemente, da miséria. Isso fortalecia a associação dos trabalhadores e o fortalecimento de idéias socialistas.
A questão presente na obra de Durkheim está relacionada com a ordem social, pois para ele a raiz dos males sociais estava na fragilidade da moral na época.
Durkheim propunha que a ordem social só seria obtida por meio da criação de novas ideias morais capazes de guiar a conduta dos indivíduos, neutralizando as crises econômicas e políticas.

Max Weber (1864 – 1920) - A obra de Weber está diretamente relacionada com a situação da Alemanha em seu tempo – industrialização tardia em relação à Europa Ocidental e participação na 1ª Guerra Mundial.

Weber percorre caminhos variados escrevendo sobre economia, questões religiosas, burocracia, urbanização, música, etc. Para ele o objeto da análise sociológica é o indivíduo, capaz de definir as finalidades para seus atos. A Sociologia, segundo Weber, deveria compreender as ações dos indivíduos, atuando e vivenciando situações sociais com determinados motivos e intenções.

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