Prazer em ser educadora

Graduada em Sociologia Política (USP), História (PUC-SP), Mestre em Ciências Sociais (área educação) UFPE, desde muito jovem me perguntava por que tantas desigualdades sociais no meu país? As respostas que eu obtinha não eram satisfatórias, até que um dia (ensino médio) fiz muitas perguntas a um querido professor de história (Otaviano) e ele me disse: "com tantas dúvidas, acho melhor você estudar História, só ela te saciará ou provocará mais dúvidas ainda, o que fará de você, uma eterna pesquisadora"
Amei aquela resposta desafiadora e assim, paralelo a um período ditatorial me tornei uma mulher questionadora, participante do movimento estudantil universitário, e do primeiro partido da classe de fato trabalhadora do meu país, uma mulher que pouco a pouco vai percebendo o que fizeram com a América Latina, sem nunca deixar de vislumbrar-se com as "coisas" da Europa anglo-francesa.
Aliei a sociologia à história e ambas me dão uma outra visão do mundo, seja nos aspectos econômico-político-sócio-cultural, permitindo-me conviver com as diversidades, com as minorias sem discriminações, aprendi a acreditar em meu país, no meu povo.
Assim posso repassar aos meus alunos das mais diversas idades ou classes sociais, o conhecimento que venho adquirindo no decorrer dos tempos, mostrando a eles que devemos nos qualificar, nos especializar, não para tornarmos apenas um acadêmico, mas para nos transformar em um humanista sensível à inclusão social, acreditando na mudança de um homem quando tem oportunidades.
Foi assim que acabei de certa forma, influenciando ou alicerçando a ideia de alguns alunos a cursarem História ou Ciências Sociais. A eles (últimos) : Trícia, Dimitri , Amanda, Arlan , Laís, Claudia... (não é possível citar o nome de todos) eu dedico esse blog e espero poder tirar dúvidas e compartilhar com todos os amantes das ciências humanas.
Muito prazer em ser educadora ... Beth Salvia

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA - GRÉCIA


As cidades-Estado gregas são as primeiras a  tornar a escravidão absoluta na forma e dominante na extensão, transformando-a de trabalho auxiliar e complementar, em um sistemático modo de produção.Nas civilizações anteriores, o trabalho compulsório(obrigatório) era limitado no tempo e, na maioria das vezes, executado por homens que permaneciam livres, embora atendessem à uma necessidade do Estado(governo) ou da coletividade.
Trabalho Manual X Liberdade -Ao dissociar (separar) o homem do resultado de seu trabalho, a escravidão transformou o trabalhador em ferramenta, um objeto falante, criando ainda uma separação entre o trabalho manual e a liberdade.Com isso bloqueou o espaço para o desenvolvimento técnico, fato que explica a exigüidade (insuficiência) de invenções  que visassem aprimorar (melhorar)  os processo produtivos. O trabalho  era destinado apenas a adaptar a natureza e não de transformá-la.Assim, a única forma de prover desenvolvimento para estas sociedades era uma contínua expansão territorial e a crescente incorporação de novos escravos ao sistema.
Características Gerais -1.Embora organizadas em torno a núcleos urbanos, as cidades greco-romanas foram núcleos de proprietários de terras e não centro de artesãos e comerciantes.2.Baseavam seus modelos sócio-econômicos na contínua guerra de conquista, quando incorporavam novos escravos, terras e mercados. Quando uma destas sociedades esgotava seu ímpeto(ataque) guerreiro, dava início à sua decadência.3.Apesar da limitação de um mercado interno, em função mesmo do trabalho compulsório(obrigatório) não-remunerado, essas sociedades foram altamente monetarizadas(uso de  moedas)
A Economia Grega - Particularidades geográficas: poucas terras férteis; relevo acidentado e proximidade do mar. Por estas razões, os gregos se organizaram em cidades-Estado independentes, em permanente rivalidade entre si e sua economia fosse orientada para a navegação e para o comércio exterior.
A economia grega foi marcada por três fases distintas de sua evolução:
n      Período Arcaico: século VIII a meados do V a.C.
n      Período Clássico: meados do V a finais do século IV a.C.
n      Período Helenístico: finais do IV a meados do II a.C
Período Arcaico: emigração(século VIII a meados do V a.C.)
Quando a Grécia adquiriu suas características básicas: produção de vinho e azeite; urbanização; monetarização e escravidão. Depois da desestruturação do sistema pastoril(busca de pasto para os animais) rudimentar (atrasado) e comunal (igualitário)do período homérico (séculos XII a IX a.C.).
Devido à pouca oferta de alimentos, emigração em massa, pela colonização grega do Mediterrâneo, ocupando a Sicília e o sul da Itália, para produção de cereais (775 a 675 a.C.).
Outra onda colonizadora, mais de caráter comercial, buscou complementar a economia das cidades-Estado da Grécia continental, com matérias-primas (675-500 a.C.). 
Colonização -  as cidades fundadas tinham uma relação de independência quanto às cidades-mãe. Mantinham apenas laços culturais e religiosos, podendo fundar outras colônias e comercializar livremente.Colonização funcionava como especialização produtiva em nível regional, o que impulsionou a monetarização em prata, metal abundante na região da Grécia.Predominância do regime de propriedade privada, que somada à pressão demográfica e à produção de vinhas e oliveiras,tornaram o trabalho escravo de auxiliar em condição fundamental na economia grega.
Período Clássico: escravidão (meados do V a finais do IV ) - Grande prosperidade neste período, tornando o trabalho escravo em padrão social. A técnica permaneceu rudimentar e a produção continuou baseada nos produtos tradicionais, que levou até os pequenos proprietários a utilizar regularmente o trabalho escravo.
Escravidão por três motivos: nascimento; inadimplência (na Ática, até VI a.C.) e a guerra. Principalmente a guerra, constante entre cidades rivais, era a maior fonte de escravos, fazendo com  que os preços ficassem baixos e estimulando uma atividade paralela de comércio de escravos, utilizados generalizadamente e não concentrados em algumas atividades econômicas.
Período Helenístico(finais do IV a meados do II a.C.) - Guerra do Peloponeso (431 a 404 a.C.) que opôs Atenas a Esparta, acabou por permitir que a Macedônia, sob liderança de Alexandre Magno, dominasse a Grécia continental e mais o Egito, Fenícia, Síria, Mesopotâmia, Pérsia e a Índia, a oeste do rio Indo, mesmo que por pouco tempo (334-325 aC.).Alargamento do espaço econômico grego, ampliação de mercados e da atividade econômica. Pela primeira vez, um império reúne sistemas econômicos tão diferentes entre si. Daí o nome helenístico, a junção da cultura ocidental grega com a cultura oriental liderada pela Macedônia., mais tarde dominado pelos romanos.


2 comentários:

  1. ótimo conteudo !!!
    É uma verdadeira riqueza pra um estudante !!

    Marielisson / Aluno do Cursinho Extensivo
    Colégio Objetivo de Guarabira

    ResponderExcluir
  2. Ah realmente nos ajuda muito estes conteúdos pois é como fonte pra aprendermos mais...

    ResponderExcluir