Prazer em ser educadora

Graduada em Sociologia Política (USP), História (PUC-SP), Mestre em Ciências Sociais (área educação) UFPE, desde muito jovem me perguntava por que tantas desigualdades sociais no meu país? As respostas que eu obtinha não eram satisfatórias, até que um dia (ensino médio) fiz muitas perguntas a um querido professor de história (Otaviano) e ele me disse: "com tantas dúvidas, acho melhor você estudar História, só ela te saciará ou provocará mais dúvidas ainda, o que fará de você, uma eterna pesquisadora"
Amei aquela resposta desafiadora e assim, paralelo a um período ditatorial me tornei uma mulher questionadora, participante do movimento estudantil universitário, e do primeiro partido da classe de fato trabalhadora do meu país, uma mulher que pouco a pouco vai percebendo o que fizeram com a América Latina, sem nunca deixar de vislumbrar-se com as "coisas" da Europa anglo-francesa.
Aliei a sociologia à história e ambas me dão uma outra visão do mundo, seja nos aspectos econômico-político-sócio-cultural, permitindo-me conviver com as diversidades, com as minorias sem discriminações, aprendi a acreditar em meu país, no meu povo.
Assim posso repassar aos meus alunos das mais diversas idades ou classes sociais, o conhecimento que venho adquirindo no decorrer dos tempos, mostrando a eles que devemos nos qualificar, nos especializar, não para tornarmos apenas um acadêmico, mas para nos transformar em um humanista sensível à inclusão social, acreditando na mudança de um homem quando tem oportunidades.
Foi assim que acabei de certa forma, influenciando ou alicerçando a ideia de alguns alunos a cursarem História ou Ciências Sociais. A eles (últimos) : Trícia, Dimitri , Amanda, Arlan , Laís, Claudia... (não é possível citar o nome de todos) eu dedico esse blog e espero poder tirar dúvidas e compartilhar com todos os amantes das ciências humanas.
Muito prazer em ser educadora ... Beth Salvia

quarta-feira, 9 de março de 2011

MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL

Antes de estudarmos o sistema feudal, devemos analisar o Ocidente no período anterior, ou seja, entre os séculos IV e V. Período caracterizado pela entrada dos "bárbaros" vindos do norte europeu, estes entraram pacificamente no século III, porém impelidos pelos hunos, foram obrigados a invadirem outras regiões, das quais a Península Itálica (império romano). Aquele imenso império romano, foi se descaracterizando quando substituiu o expansionismo, a escravidão, o comércio, a urbanização, o luxo e o narcisismo pela ruralização, pela subsistência, pela servidão e pelo cristianismo. 
   Pela citação acima, observa-se que o Ocidente transformou-se em feudalismo, da palavra feudo=terra, os latifundiários denominaram-se senhores feudais (divididos em aristocratas e clérigos) e aqueles que não obtinham terras, foram denominados servos (camponeses, artesãos).Embora em número reduzido, existiam também os  vilões, pequenos proprietários que não eram camponeses, mas também não tinham latifúndios, viviam de favores.

   A economia baseava-se na agricultura de  subsistência, no feudo era produzido praticamente tudo do que se necessitava, quase não havendo excedentes nem carências. Sendo assim, quase não havia  trocas e quando elas ocorriam,  não havia  necessidade do uso  de moedas. Desta forma, a economia feudal é uma economia “natural”, não monetária. Sobre essa base econômica se estabelecem uma série de relações sociais marcadas pela ausência de mobilidade social.O servo recebe um pedaço de terra (manso servil) e instrumentos de trabalho (enxada, arado, rastelo, facão, forno, moinho...)para produzir a sua subsistência e parte para o senhor, assim o servo tem a posse útil da terra e  dos instrumentos de trabalho, também o servo e sua família  recebe a proteção do senhor. Em troca o servo trabalha no manso senhorial, produzindo o alimento e as necessidades do senhor e da sua família. Os impostos cobrados em produtos ou trabalho são: talha (excedentes de alimentos produzidos no manso servil); corvéia (trabalho no manso senhorial); banalidades (trabalho doméstico no manso senhorial como pagamento pelo uso do forno e do moinho); capitação (pagamento em produtos pelo número de servos) e mão morta (pagamento em produtos pela morte dos pais dos servos). 
  Essa relação senhor/servo só era sustentável porque a Igreja católica era a mediadora entre os dois grupos sociais, sempre submetendo o homem sobre os desíguinos de deus, fazendo com que os servos fossem submissos à "vontade divina"

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