Filmes indicados:- O Patritota (independência dos EUA)
- Lincoln (Congresso aprova a abolição escrava)
- 12 anos de escravidão ( abaixo)
Conquistada a independência era necessário consolidá-la.
Nesse âmbito, foi de fundamental importância da primeira doutrina do país.
DESTINO MANIFESTO- doutrina na qual os norte-americanos se consideravam o “povo eleito” e tinham a
missão deveras difícil de comandar o mundo. Assim a ampliação do território,
nas palavras de Thomas Jefferson era “ordem natural das coisas e o curso
manifesto dos acontecimentos”.
E a nova nação precipitaria no decorrer do século XIX um
incrível processo de expansão territorial para o oeste e industrialização do
norte. Essa expansão territorial está intimamente ligada como o movimento
migratório. Para ter uma ideia, no período entre 1840 e 1930 em torno de 40
milhões de pessoas abandonaram suas pátrias na Europa para se aventurar na
América em busca do sonho americano. A maioria dos imigrantes era ex-artesãos
esmagados pelo ímpeto da revolução nas indústrias europeias, além de uma
multidão de camponeses e pequenos proprietários expulsos e desalojados de sua
forma de vida tradicional.
Para essas pessoas havia o sonho de trabalho nas
indústrias do leste, muitas vezes transformado tal qual na Europa na
constituição de um proletariado – ou exército de mão-de-obra de reserva. Mas,
num segundo momento, o sonho americano converteu-se na possibilidade de acesso
facilitado a terra no “despovoado” oeste, o que indubitavelmente contribuiu
para o surgimento de novos estados e incorporação de novas territorialidades. A
conquista do oeste significava, igualmente, a constituição de um contingente de
produtores de alimentos para as cidades e de matérias-primas para o processo de
industrialização no leste americano.
Em 1862, através da Lei do Povoamento (Homestead Act), o
governo americano legitima essa expansão, ofertando terras que deveriam ser
cultivadas produtivamente pelo período de cinco anos, quando, então, poderiam
ser reclamadas enquanto título de propriedade. A proposta do governo americano
levou quase um milhão de pessoas a se estabelecerem no litoral do Pacífico.
Assim, ao mesmo tempo, a intensa imigração formou um proletariado urbano no
Leste, e por meio de uma “distribuição de terras” nunca dantes vista formou um
campesinato livre no Oeste.
A expansão territorial foi facilitada também pelo avanço
da Revolução Industrial e a incorporação dos bens de capital, em especial a
ferrovia, que possibilitou interligar longas distâncias no território
americano.
Por outro lado, os EUA usaram das negociações
diplomáticas e conseguiram por meio da compra a incorporação de vastas regiões
territoriais. Em 1803 compraram a Luisiana da França por menos de 12 milhões de
dólares (Napoleão precisava de recursos para custear o seu exército) e em 1819
compraram Flórida que pertencia à Espanha.
Em sua impressionante expansão territorial e formação de
uma grande nação os norte-americanos acabaram por colonizar a região do Texas,
que em teoria pertencia ao México, mas efetivamente era um estado independente
reconhecido pela França e pela Inglaterra e com a maioria da população de
colonos norte-americanos.
Em 1845 o Texas solicitou sua admissão como parte dos
EUA. Os mexicanos não aceitaram e os Estados Unidos levaram um grande exército
para a região com a finalidade de garantir a incorporação. Contudo os
norte-americanos aproveitavam a presença de seu exército no Texas para forçar
os mexicanos a venderem outros territórios, em especial a Alta Califórnia e o
Novo México. A recusa do México acabou servindo como o estopim para o início de
uma guerra contra os mexicanos (1846-48).
A guerra acabou sendo vencida pelos norte-americanos e o
México foi obrigado a reconhecer a anexação do Texas, além de ceder pela
bagatela de 15 milhões de dólares um imenso território, incluindo a Alta
Califórnia e o Novo México. Para ter uma ideia, o México perdeu metade do seu
antigo território.
Ainda em 1848 (oficialmente) foi descoberto ouro na
Califórnia o que acelerou ainda mais o processo de ocupação do oeste, feito por
homens considerados desbravadores, pioneiros, em uma verdadeira imagem do
“herói americano”. Contudo, essa ocupação encontraria a resistência de inúmeros
povos indígenas que eram os verdadeiros donos desses territórios. No filme
Dança com lobos podemos vislumbrar exatamente a ideia do colonizador americano
na extrema fronteira e o contato com os povos indígenas.
Nesse âmbito, a Lei de Remoção dos Índios, em 1830,
obrigava os indígenas a migrarem para reservas específicas, localizadas a oeste
do rio Mississipi. Foi prometido que seriam respeitados os novos limites
estabelecidos, o que obviamente, não aconteceu, levando a inúmeros conflitos.
Como resultado desse contato entre culturas diferentes
ocorreu à efetiva aniquilação da maioria dos povos indígenas e de seus recursos
de sobrevivência, como os búfalos (os norte-americanos se importavam apenas com
a pele dos animais, e exterminaram as manadas). Ao mesmo tempo aconteceu a
afirmação da suposta superioridade do homem branco em relação aos
“peles-vermelhas”, que resultou em preconceitos e na afirmação da inferioridade
da cultura indígena americana.
Porém além de terras com matéria prima industrial,o país necessitava de mercado consumidor interno,sem isso não haveria condições de exportação e concorrência com a Velha Europa, portanto havia séria discussão e discórdias entre os empresários nortistas e os latifundiários sulistas do país,quanto à questão econômico-social, surgindo a primeira guerra civil.
GUERRA DE SECESSÃO - foi um conflito entre estados do norte e
estados do sul dos Estados Unidos determinante para o destino do país.
No decorrer do século XIX, as regiões norte e sul do país
assumiram características diferenciadas. A diferença se tornou tamanha que
levou a um conflito direto entre as regiões. O norte dos Estados Unidos recebeu
um grande número de imigrantes que se tornou mão-de-obra para os
empreendimentos industriais que vinham se expandindo. Logo os investimentos se
transformaram em uma grande industrialização que resultaram em um enorme
crescimento econômico da região norte. O poderio obtido pela burguesia
industrial naturalmente se converteu em representatividade política e disputa
por interesses. Por outro lado, a região sul dos Estados Unidos desenvolvia um
sistema tradicional de produção baseada em grandes propriedades e, sobretudo,
na utilização de mão-de-obra escrava. Assim, os interesses da burguesia
industrial do norte do país entraram em choque com os interesses da
aristocracia agrária do sul do país, convertendo-se em grandes tensões
políticas e sociais.
O ambiente ficou mais acirrado nos Estados Unidos quando, em
1861, Abraham Lincoln venceu as eleições
presidenciais. O novo presidente era um republicano contrário à escravidão
ainda praticada no sul do país. Naquela época, os Estados Unidos eram formados
por 24 estados, dos quais 15 adotavam a escravidão como prática legal. Em
função da clara diferença de interesses entre os grupos, onze estados
defensores da escravidão como elemento dos meios de produção uniram-se e
declararam-se independentes do restante do país. A secessão criou um novo país
com o nome de Estados Confederados da América. Mais do que nunca, estava
declarada a divergência entre as regiões e evidente a fragmentação do país. No
dia 12 de abril de 1861, forças armadas representantes dos estados confederados
do sul que haviam fundado um novo país atacaram o Fort Sumter, posto militar
dos estados do norte, na Carolina do Sul. Seria o estopim para o início efetivo
de uma guerra, também chamada de Guerra Civil Americana, colocou em
conflito armado os onze estados confederados do sul do país contra os estados
do norte. Os sulistas defendiam interesses aristocráticos, latifundiários e
escravistas, práticas que determinavam a economia e o modo de produção da
região. Por outro lado, os habitantes do norte do país já haviam desenvolvido
significativa capacidade industrial e, em geral, descartavam o uso da
mão-de-obra escrava como opção correta para o crescimento econômico. Estas
diferenças seriam fundamentais para se determinar o progresso econômico do país
e as causas da guerra. A região norte estava interessada em expandir o mercado
interno e implementar barreiras protecionistas para que seus produtos tivessem
vasão e a industrialização continuasse em crescimento. Já o sul acompanhava o
modelo semelhante ao desenvolvido no Brasil, defendendo a abertura para as
agro-exportações em uma produção sedimentada no trabalho escravo de negros
africanos.
DESTINO MANIFESTO - é uma filosofia que expressa a crença de
que o povo dos EUA, foi eleito por Deus
para comandar o mundo, sendo o expansionismo geopolítico norte-americano apenas
uma expressão desta vontade divina.
Em meio a esta ideia de predomínio mundial norte-americano
estava também a ideia do destino norte-americano de predominar sobre os povos
da América Latina, pois estes estão
localizados no mesmo continente e não terem desenvolvido a capacidade de exercer domínio sobre outros povos, que
tinha como principal objetivo demonstrar o quanto a cultura dos EUA era atraente
e digna de apreço, fazendo uma imagem de que o país seria o melhor do mundo, com os melhores e mais preparados
indivíduos, e, em última instância, fazer com que os cidadãos de outros países
passassem a desprezar suas próprias pátrias, adorando o ideal americano de
progresso e superioridade.
Após a
realização de suas ambições, tanto o meio político como a mídia norte-americana
em geral irá mais uma vez substituir a
doutrina por outras, embora certas ideias do Destino Manifesto façam parte do
ideário político-militar estadunidense até hoje, estando presente em muitas das
ações unilaterais controversas realizadas pelo seu governo através das
DOUTRINA MONROE - foi anunciada por James Monroe
(presidente norte-americano) em 1823, firmando a posição de liderança dos
Estados Unidos na América e defendendo a não intervenção europeia no continente
americano.
"Com a existência de colônias ou dependências outras
pertencentes a qualquer poder europeu nós não interferimos e seguiremos não
interferindo. Mas no caso de um governo que já declarou sua independência e
conseguiu sustentá-la e aqueles outros que já a conseguiram conquistar a sua
independência anteriormente, com grande consideração e dentro de justos
princípios, reconhecidos, nós não podemos aceitar nenhuma interposição com o
propósito de oprimi-lo, ou controlá-lo de qualquer outra maneira o destino
deles, por qualquer poder europeu, ou qualquer outro que assim o fizer, será
visto como uma manifestação de uma disposição hostil em relação aos Estados
Unidos."
A síntese da Doutrina Monroe comumente e apresentada na
expressão "América para os americanos", contudo, e tendo em vista o
desenvolvimento do imperialismo no século XIX e XX, não seria enganoso uma
ligeira alteração nessa sentença, dando lugar a uma mais exata definição:
América para os norte-americanos".
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